CERRADO Devastação por queimadas: ação do homem, não do clima (Crédito:Divulgação)

Dados do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (INPE) dão conta que o governo federal segue a sua rotina predatória em relação ao meio ambiente: a Amazônia e o Cerrado registraram mais uma vez aumento da devastação devido a queimadas. Floresta Amazônica: 7.533 focos de incêndio foram anotados no primeiro semestre desse ano, o que equivale a 17% a mais em relação ao mesmo período do ano passado. Cerrado: houve 10.869 focos de queimadas, número 13% superior ao dos primeiros seis meses de 2021. A devastação deu-se de forma mais intensa no mês de junho, com nada menos que 2.562 casos de fogo. Na região do Cerrado, a marca atual é o pior patamar desde junho de 2010. Há outros estudos e levantamentos nada animadores. O Instituto do Homem e Meio Ambiente da Amazônia (Imazon) indica que, entre janeiro e maio de 2022, a Amazônia Legal sofreu recorde de desmatamento: em 151 dias foram derrubadas árvores que cobriam 3.360 km2 da floresta. É a maior área arrasada em 15 anos, abrangendo os estados do Amazonas e Pará. O climatologista Carlos Nobre, pesquisador do Instituto de Estudos Avançados da USP, em poucas palavras, inteligentes e que acompanham a contemporaneidade do mundo na preocupação com o meio ambiente, muito bem definiu a situação: “tudo se deve ao aumento do fogo mesmo, fogo causado pelo homem”.

IMPRENSA
O Brasil cai ainda mais no ranking de liberdade de expressão

RESISTÊNCIA Manifestações que lembram o tempo da ditadura militar: a luta continua (Crédito:Daniel Teixeira/Estadão Conteúdo)

Com Jair Bolsonaro ocupando nocivamente o Palácio do Planalto, a Constituição Brasileira é letra morta em seus mais diversos tópicos — um deles, por exemplo, é o que assegura a liberdade de expressão. Nunca estivemos tão mal, e o País bate recorde atrás de recorde em sua ladeira abaixo no ranking mundial. O Brasil apresentou o terceiro maior tombo do planeta no período entre 2011 e 2021. O ranking é organizado pela ONG Artigo 19 (o nome é referência ao 19º artigo da Declaração Universal dos Direitos Humanos da ONU). Caímos 38 pontos numa escala de 0 a 100. Estamos, no rol geral, na 89º posição.

”No trabalho de campo, em vez de serem protegidos por suas identificações, os jornalistas são  frequentemente assediados e atacados” Trecho de texto da ONG Artigo 19, sobre o Brasil 

ARMAS
A lição norte-americana

4 DE JULHO Mais um ataque: alguém tem dúvidas de que as restrições na aquisição de armamentos têm de ser severas? (Crédito: Jim Vondruska / GETTY IMAGES NORTH AMERICA / Getty Images via AFP)

Um jovem de 21 anos de idade, disfarçado de mulher, identificado pela polícia norte-americana como Robert Crimo III é o autor dos disparos que já tinham resultado, até a quarta-feira 6, na morte de sete pessoas. Ele agiu quarenta e oito horas antes, nas comemorações do Dia da Independência dos EUA, no Highland Park, um subúrbio de Chicago. Crimo está sendo usado como exemplo na disputa entre democratas e republicanos, envolvendo a flexibilização ou endurecimento na aquisição de armas. Ele comprou seu fuzil em Illinois, que têm severas restrições. Se, ainda assim, conseguiu armar-se legalmente e cometer a barbaridade que cometeu, dá para imaginar o que acontecerá se as regras forem abrandadas? Está claro que tais normas precisam, isso sim, tornarem-se ainda mais restritivas. Os democratas têm razão. 

PODER LEGISLATIVO
CCJ do Senado derruba, até que enfim, a tese de “legítima defesa da honra”

Com uma eternidade de atraso de cento e trinta e três anos, contando-se a partir do início do regime Republicano, tornou-se definitivamente letra morta, na semana passada, a tese de defesa de homicida por “legítima defesa da honra”— crime quase sempre passional e cometido pelo homem. O seu auge no Brasil deu-se nas décadas de 1930 e 1940, mas até hoje tal argumentação vinha sendo utilizada nos tribunais. Agora, por decisão da Comissão de Constituição e Justiça do Senado será apagada dos códigos Penal e de Processo Penal. Já não era sem tempo: a honra é um patrimônio pessoal e intransferível, ou seja, ninguém tem o poder de manchar a honra de ninguém. Um adúltero ou uma adúltera, por exemplo, jamais atingem a honra da outra ou do outro. Nos tempos bíblicos, a adúltera era lapidada. Hoje, morre à bala ou à faca. Acabou.