A PNAD Contínua (Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios) do IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística), divulgada nesta quinta-feira, 25, mostra que o Brasil tinha 21,6 milhões (ou 27,6%) dos domicílios em situação de insegurança alimentar, em 2023, enquanto 56,7 milhões (72,4%) das residências estavam em situação de segurança alimentar.

A pesquisa dividiu os domicílios em situação de insegurança alimentar em três modalidades, sendo 18,2% (14,3 milhões) como leve, 5,3% (4,2 milhões) moderada e 4,1% (3,2 milhões) grave.

A POF (Pesquisa de Orçamentos Familiares), realizada entre 2017 e 2018, havia apontado que 36,7% (25,3 milhões) das residências estavam em insegurança alimentar, sendo 24,0% (16,5 milhões) leve, 8,1% (5,6 milhões) moderada e 4,6% (3,1 milhões) grave.

“A proporção de domicílios com insegurança alimentar moderada ou grave nas áreas urbanas em 2023 (8,9%) era superior à das áreas rurais (12,7%). No entanto, esse percentual das áreas rurais foi o menor da série das pesquisas do IBGE que investigaram esse tema, série iniciada pela PNAD 2004 (23,5%)”, informou a pesquisa.

O levantamento da PNAD Contínua ainda mostrou que as regiões Norte e Nordeste tinham as maiores proporções de domicílios com insegurança alimentar moderada ou grave, sendo 16,0% e 14,8%, respectivamente, na comparação com o Centro Oeste (7,9%), Sudeste (6,7%) e o Sul (4,7%), que registraram os menores percentuais.

As regiões Norte e Nordeste também são as regiões com menores percentuais de segurança alimentar, 60,3% e 61,2%, respectivamente, enquanto o Centro Oeste registrou 75,7%, Sudeste 77,0% e Sul 83,4%.

A pesquisa também ressaltou que 59,4% das residências em insegurança as pessoas responsáveis pelo lar eram mulheres e 40,6%, homens. Por outro lado, 51,7% dos domicílios com segurança alimentar eram chefiados por homens e 51,7%, por mulheres.

“Em apenas 7,9% dos domicílios com insegurança alimentar, o responsável tinha curso superior completo, enquanto em 44,0% deles, a pessoa responsável não tinha instrução ou tinha apenas o ensino fundamental incompleto. No conjunto dos domicílios do país, esses percentuais eram, respectivamente, 19,1% e 33,2%”, explicou a PNAD Contínua.

Divisão por raça

De acordo com o levamento, 42,0% dos domicílios do País eram chefiados por pessoas brancas, 12,0% por pessoas pretas e 44,7% por pardas. Dentre as residências em insegurança alimentar, 29,0% eram chefiados por brancos, 15,2% por pretos e 54,5% pardos.

A PNAD também apontou que, em 2023, o Pará tinha a maior proporção de domicílio com insegurança moderada ou grave (20,3%), seguido pelo Amapá (18,7%) e Sergipe (18,6%). No outro extremo, o estado de Santa Catarina registrava o menor percentual (3,1%), seguido do Paraná (4,8%) e Rondônia (4,9%).