A família do adolescente Guilherme Silva Guedes, de 15 anos, torturado e morto na madrugada de domingo em São Paulo, afirmou que policiais militares rondaram a casa após o crime. Os PMs estavam exigindo que os familiares entregassem a identificação do policial investigado. As informações são do Uol.

O sargento da PM, Adriano Fernandes de Campos, de 41 anos, acusado de envolvimento no assassinato, foi preso temporariamente na quarta-feira (17). Segundo o Ministério Público de São Paulo a prisão dele é necessária para que outras testemunhas falem e ajudem a esclarecer o crime.

“A prisão é imprescindível às investigações do gravíssimo crime praticado, para a realização de interrogatório e apuração de outras testemunhas, que não se apresentam em razão do medo de represálias”, afirmou a promotora de Justiça Luciana André Jordão Dias, que atua no Tribunal do Júri da Capital.

Guilherme foi sequestrado na madrugada do domingo passado na zona sul de São Paulo e encontrado morto no dia seguinte em Diadema, cidade da região metropolitana. A Corregedoria da corporação participa da investigação do caso.

Investigações

As suspeitas contra o sargento surgiram quando os investigadores obtiveram imagens de uma câmera de segurança da rua onde o garoto desapareceu no fim de semana. A gravação mostra dois homens armados no mesmo local onde Guilherme desapareceu, nas imediações da casa da avó.

Parentes de Guilherme estiveram nesta terça-feira, 16, na sede da Corregedoria da PM para prestar depoimento. Depois, eles foram à sede do DHPP, onde tramita outro inquérito que também apura o assassinato. Agentes da Corregedoria voltaram à casa da família na manhã desta quarta-feira, 17, em busca de mais informações.

No DHPP, os investigadores coletaram dados sobre a história da vítima e escutaram o que parentes tinham a dizer sobre os fatos. A Polícia Civil tenta montar uma linha do tempo para entender todos os fatos, do sequestro da vítima à localização do corpo.

A morte do adolescente desencadeou uma série de protestos por parte dos moradores da Vila Clara, bairro onde Guilherme vivia. Na segunda-feira, a manifestação terminou com tumulto e ônibus incendiados. À noite, dezenas de policiais voltaram ao bairro e foram gravados agredindo moradores. Os protestos se repetiram na terça e nesta quarta-feira, quando amigos e moradores do bairro voltaram a pedir por justiça no caso.

*Com informações da Agência Estado