O índice dos gerentes de compras (PMI, na sigla em inglês) sobre a atividade industrial do Brasil subiu a 50,7 pontos em janeiro, contra 50,4 pontos em dezembro, segundo dados divulgados pela S&P Global. A avaliação da S&P é de que o setor industrial no País ficou estagnado em janeiro, ao passo que os produtores brasileiros se depararam com preocupações relacionadas à política fiscal, às condições monetárias, e à variação cambial, que tem pressionado os custos.
Os novos pedidos cresceram no ritmo mais fraco em 13 meses. Em contrapartida, houve um aumento da busca por mão de obra temporária e alongamento dos prazos de entrega, o que levou o índice a ficar levemente acima do registrado em dezembro.
“Os dados de janeiro apontaram um cenário um tanto preocupante para os fabricantes, que começaram 2025 em terreno instável. Os resultados desencorajadores de dezembro foram reforçados por um aumento apenas modesto nos pedidos a fábricas e pela estagnação da produção, à medida que desafios fiscais contínuos, taxas de juros altas e a fraqueza do real impactaram negativamente os produtores de bens”, resume Pollyanna De Lima, diretora associada de economia da S&P Global Market Intelligence
Ela também pontuou que, embora o aumento na criação de empregos possa ter parecido um ponto positivo, a maioria dos cargos era temporária enquanto as empresas ficavam à espera, sem saber se o crescimento econômico previsto iria se materializar. “Embora as implicações dos resultados de janeiro sejam preocupantes – se os fabricantes continuarem a enfrentar custos altos e demanda fraca, o risco de uma retração é iminente – as empresas se mantêm otimistas de que as dificuldades atuais sejam um revés temporário”, alerta.
As vendas reduzidas de janeiro levaram os fabricantes a limitar os níveis de estoque no mês. Os estoques de pré e pós-produção registraram queda, com o primeiro caindo em um ritmo mais acelerado.
Os produtores de bens, porém, se mostraram mais otimistas em relação às perspectivas de produção do que em dezembro. As empresas indicaram que oportunidades de exportação, investimentos, desenvolvimento de novos produtos e sinais de melhoria em outros setores da economia (agrícola, automotivo e de construção) constituem um quadro promissor para as perspectivas, segundo a S&P.