O índice dos gerentes de compras (PMI, na sigla em inglês) sobre a atividade industrial do Brasil caiu a 50,4 pontos em agosto, de 54,0 pontos em julho, segundo dados divulgados pela S&P Global. Leituras acima de 50 pontos sugerem expansão da atividade, e valores menores indicam contração.

Em relatório, Pollyanna de Lima, diretora associada de economia da S&P Global Market Intelligence, disse que o dado mostra uma “perda de impulso” da indústria no mês passado, com o aumento das pressões sobre os custos prejudicando os novos negócios.

“Os fabricantes até mesmo tomaram a iniciativa de reduzir a produção e diminuir o ritmo de contratação na tentativa de conter custos. As empresas esperam uma melhoria na taxa de câmbio do real em breve para ajudar a aliviar um pouco as pressões sobre os custos e levar a uma revitalização do crescimento nos próximos meses”, acrescentou.

De acordo com os dados da S&P, as indústrias diminuíram a produção pela primeira vez em oito meses, principalmente por causa da queda nas vendas. A redução, porém, foi “apenas discreta”.

O ritmo de expansão de novos negócios foi o mais lento em oito meses. Em alguns casos o custo elevado dos fretes levou os clientes a trocarem produtos importados por nacionais, mas houve queda na demanda por diversos produtos.

As vendas ao exterior aumentaram a um ritmo mais brando, com melhora na Ásia e Oriente Médio e redução nos Estados Unidos e Mercosul.

Os preços cobrados por produtos brasileiros sofreram um aumento acentuado durante o mês de agosto, embora a taxa de inflação tenha diminuído em relação a julho. As empresas monitoradas relataram custos mais altos de produtos químicos tecidos, alimentos, embalagens, plásticos e transportes, por sua vez resultantes da desvalorização cambial, segundo as companhias.