A Secretaria de Estado de Polícia Militar abriu sindicância para apurar a conduta dos PMs que atenderam à ocorrência em que um morador de rua esfaqueou três pessoas, deixando dois mortos na Lagoa, na zona sul, no último domingo. Pelo menos outras quatro pessoas que tentavam socorrer as vítimas foram feridas por tiros. O governador do Rio, Wilson Witzel (PSC), disse que, se fosse policial, teria atirado “na cabeça” do atacante.

Era por volta de meio-dia, quando o morador de rua Plácido Correa de Moura, de 44 anos, atacou a facadas o engenheiro João Carvalho Napoli, de 35 anos, que estava em um carro, parado no sinal, acompanhado da namorada, a bióloga Caroline Azevedo Moutinho, de 29 anos, que também foi ferida. Napoli acabou morrendo e Caroline está internada em um hospital da zona sul. Ela não corre risco de vida.

O educador físico Marcelo Henrique Correa Reais, de 39 anos, que foi ajudar o casal, também foi atacado a facadas e morto. Quando isso aconteceu, no entanto, já havia policiais militares de três diferentes batalhões no local. Segundo informações da própria corporação, PMs do 23º BPM (Leblon), do 19º BPM (Copacabana) e também do BPTur participaram da ação.

Segundo o depoimento deles à Corregedoria de Polícia “houve a utilização do taser (arma de eletrochoque), porém não sendo eficaz para neutralizar a ação do agressor. Sendo então ele atingido por dois disparos de arma de fogo nas pernas”.

Além de Caroline Moutinho, que foi ferida pelo atacante, outras quatro pessoas foram feridas por tiros. Uma técnica de enfermagem dos Bombeiros, Girlane Sena, foi baleada no joelho. Um médico da corporação, Fábio Raia, foi atingido por estilhaços de bala. Um PM cuja identidade não foi divulgada também foi baleado, além do morador de rua, atingido nas pernas. Apenas os policiais portavam armas de fogo.

Apesar de ter aberto a sindicância para apurar se houve falha na ação, a PM informou que a “rápida chegada dos policiais militares evitou uma tragédia maior, pois o agressor, armado com uma faca e visivelmente transtornado, certamente atacaria outras pessoas”.

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O governador do Rio classificou a ação da polícia como “muito profissional”.

“Nós temos que preservar a vida do agressor também”, afirmou. “Para isso que a polícia é treinada. Eventualmente, qualquer tipo de equívoco que aconteceu naquela ação, nós vamos corrigir para evitar que outras como essa aconteçam.”

Wilson Witzel parabenizou os policiais que participaram da ação.

“Se eu tivesse no lugar do policial, teria dado um tiro na cabeça dele”, disse o governador. “Mas o policial foi melhor do que eu imaginava. Ele atirou para neutralizar e tentar recuperar aquela pessoa. Parabéns à Polícia Militar.”


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