O soldado da Polícia Militar que arremessou um entregador de uma ponte na Vila Clara, zona sul de São Paulo, já foi indiciado por matar um homem com 12 tiros em Diadema, na Grande São Paulo, no ano de 2023. Porém o caso acabou sendo arquivado.
De acordo com a TV Globo, o agente foi acusado de homicídio, mas o MPSP (Ministério Público de São Paulo) se mostrou favorável ao arquivamento do caso em janeiro deste ano por considerar que o soldado agiu em legítima defesa. O juiz, então, aceitou o parecer.
O site IstoÉ entrou em contato com o órgão para confirmar a informação, mas não obteve resposta até o momento. O policial militar trabalha na Rocam (Rondas Ostensivas com Apoio de Moto), no 24° Batalhão de Polícia de Diadema.
Devido ao episódio da ponte, a Corregedoria da Polícia Militar solicitou à Justiça Militar a prisão preventiva do agente. A solicitação foi aceita e o soldado, detido na manhã desta quinta-feira, 5. Segundo o governo de São Paulo, ele já prestou depoimento e deve ser encaminhado ao Presídio Romão Gomes.
O pedido foi realizado à Justiça Militar, pois ela é responsável por julgar denúncias contra militares ou civis que atentam contra a corporação, podendo decretar prisão preventiva se houver risco de fuga ou alteração de evidências.
O que aconteceu
Em um vídeo publicado nas redes sociais, é possível ver um policial carregando uma motocicleta até as margens de uma ponte que fica sobre o Córrego Cordeiro, na zona sul de São Paulo. Depois, um segundo oficial arremessa o homem, que está de camiseta azul, para baixo.
Os agentes tentaram abordar uma moto em Diadema, mas a dupla que estava no veículo não teria obedecido à ordem de parada. Então houve uma perseguição por cerca de dois quilômetros, que acabou no local onde o homem, cuja identidade não foi informada pela Polícia, acabou arremessado.
A ponte tem três metros de altura. Em entrevista concedida à TV Globo, o pai do rapaz disse que ele se chama Marcelo, tem 25 anos e trabalha como entregador. Segundo ele, o filho não tem passagem policial e faltam explicações sobre a conduta do agente.O registro feito pelos policiais indica que nada de irregular foi encontrado com a dupla. Uma das hipóteses é que o agente teria arremessado o homem como uma forma de represália pela perseguição.