PM é preso acusado de se referir a médico capitão como ‘você’ em hospital de SP

Imagem cedida por Fernanda Borge - Reprodução/Redes Sociais
O agente foi detido acusado de se referir a um superior como "você" Foto: Imagem cedida por Fernanda Borge - Reprodução/Redes Sociais

Um soldado da Polícia Militar de São Paulo foi preso nesta quarta-feira, 18, no Hospital da Polícia Militar, localizado no Tucuruvi, na zona norte de São Paulo (SP), acusado de desrespeito a um superior por virar as costas e se referir a um capitão da corporação como “você”. O agente Lucas Neto foi liberado depois das autoridades coletarem testemunhos dos envolvidos.

Em contato com a IstoÉ, a advogada Fernanda Borges, que defende Neto, explicou por meio de nota que o soldado procurou a unidade de saúde para que um atestado fosse reavaliado. Um médico civil havia recomendado um afastamento de 90 dias por uma lesão no ombro, mas a junta médica reduzia o pedido para um período de dez dias e designava o agente para funções de manutenção e obras “incompatíveis com sua condição clínica”.

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Fernanda relatou ter sido impedida de entrar com Neto na consulta pelo capitão Marcelo Cavalcante Costa que disse ter se sentido “intimidado”. Foi durante o atendimento que o agente recebeu voz de prisão por ter se referido ao superior como “você, “apontado o dedo” e “virado de costas”.

A advogada alega que esteve com o agente nas consultas entre dezembro de 2024 e o início deste ano, mas posteriormente foi confrontada pelas autoridades da junta médica e impedida de acompanhar os atendimentos.

“Diante das falhas, orientei o soldado Lucas Neto a realizar gravações quando eu fosse impedida de permanecer na sala, para resguardar as provas das irregularidades já esperadas”, pontuou Fernanda.

Em áudio que teria sido gravado por Neto, o soldado comenta sobre o ocorrido com o capitão Cavalcante ao final do atendimento, dizendo: “O que o senhor fez, não se faz”. A afirmação do agente foi respondida. “Me respeita, eu sou seu superior. […] Não é dando bronca assim em mim não.”

Posteriormente, o soldado questiona se estava liberado, mas recebe voz de prisão logo em seguida. Outros três agentes corroboraram com a versão do capitão em depoimento.

A advogada afirmou que pediu voz de prisão para o capitão por denunciação caluniosa e para os três agentes que prestaram depoimento por falso testemunho. Fernanda afirmou que as gravações de vídeos e áudios do atendimento serão enviados ao Ministério Publico, à OAB (Ordem dos Advogados do Brasil) e à Corregedoria da Polícia Militar.

Procurada pela IstoÉ, a SSP-SP (Secretaria de Segurança Pública de São Paulo) informou que as circunstâncias são apuradas por meio de um Inquérito Policial Militar e o soldado foi punido por infringir o Artigo 160 do Código Penal Militar, que versa sobre o respeito à autoridade.