A Justiça Militar condenou o sargento Cesar Alexandre Alves de Oliveira a 85 anos e 10 meses de prisão em regime fechado por roubo, furto, peculato, estelionato e formação de quadrilha, entre outros crimes. Ele é acusado de repassar rádios-comunicadores da Polícia Militar para uma quadrilha que conseguia monitorar a movimentação da PM durante os crimes. A sentença, aplicada pelo juiz Ronaldo João Roth, em 19 de maio, é a segunda maior da história do Tribunal de Justiça Militar (TJM).

Segundo o Ministério Público, o sargento Oliveira e mais três criminosos prestavam serviços a diversas quadrilhas que praticavam desde roubos e furtos à residências até explosões de caixas eletrônicos. O bando do PM se encarregava de monitorar a comunicação da Polícia Militar em tempo real para os bandidos durante os crimes.

Em um dos crimes, houve até orientação aos criminosos sobre qual a melhor rota para escapar de um cerco policial. Para isso, Oliveira furtou dois rádios de comunicação da corporação para os bandidos e recebeu R$ 30 mil. Um dos aparelhos dava acesso total ao Comando de Policiamento da Capital.

Entre abril a outubro de 2015, a investigação descobriu quase 20 crimes ligados à quadrilha. Em um assalto a uma residência, houve tiroteio com policiais, em outro, a quadrilha de Oliveira orientou os criminosos a sequestrar uma vítima. O bando de Oliveira foi preso em outubro do ano passado.

Em um apartamento do Cambuci, foram encontrados os equipamentos usados para monitorar os passos da Polícia Militar. Três pessoas, além do sargento, acabaram detidos. Todos respondem a processo criminal pela Justiça comum, em São Bernardo do Campo.

‘Assustador’

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Durante as suas considerações no julgamento, o promotor Edson Correa Batista afirmou que “dentro desta violência epidêmica em que vivemos é inadmissível um companheiro de farda se enverede para esse caminho, é algo assustador para nosso ponto de vista. Seria como ter nossa residência invadida por meliantes armados, hostilizando nossos parentes mais íntimos”. Oliveira está preso no Presídio Militar Romão Gomes, na zona norte da capital.

A maior pena da história do TJM foi aplicada em setembro do ano passado. Três policiais militares foram condenados a 105 anos de prisão por cobrar propina de vários comerciantes que tinham máquinas caça-níqueis, em Osasco, na Grande São Paulo.


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