O Gabinete de Gestão da Crise (GGC), reunido no Centro Integrado de Comando e Controle (CICC), na Cidade Nova, região central do Rio, determinou que a Polícia Militar (PM) faça a escolta de cinco caminhões-tanques para abastecer o BRT, sistema de ônibus expresso por corredores O serviço deixou de funcionar na madrugada deste sábado (26) e ainda não foi retomado. Vários ônibus estão parados no Terminal Alvorada, na zona oeste da cidade.

Para os ônibus convencionais, o consórcio Rio Ônibus encaminhou pedido de escolta ao Gabinete de Gestão da Crise, para o abastecimento de óleo diesel. Em nota, o Rio Ônibus alertou os passageiros do transporte rodoviário sobre a situação do sistema hoje. De manhã, somente 23% da frota estavam em circulação. O número de veículos nas ruas cai conforme o estoque de combustível. As empresas têm remanejado a frota, de forma a atender melhor à população nos horários de pico. “Caso a situação não seja normalizada o mais breve possível, há risco de paralisação total do sistema”, informou o consórcio.

Desde ontem, segundo a Secretaria de Segurança do Rio, já foram feitas 27 escoltas para levar combustíveis à Companhia de Limpeza Urbana do Rio (Comlurb) e a hospitais do estado. Ainda de acordo com a secretaria, as demandas são atendidas conforme são encaminhadas às forças de segurança que atuam no Rio.

Postos

O gabinete deve avaliar ainda a possibilidade de fazer escolta também a carretas que levem combustíveis aos postos de gasolina. No município do Rio, os estabelecimentos estão sem produtos para vender. Ao todo, são 842 postos sem condição de atender aos motoristas.

O presidente em exercício do Sindicato do Comércio Varejista de Combustíveis, Lubrificantes e de Lojas de Conveniência do Município do Rio, Antônio Barbosa Ferreira, disse que a situação é caótica. Para ele, a dificuldade é que os caminhões que fazem o abastecimento dos postos não estão conseguindo sair da Refinaria Duque de Caxias (Reduc), onde as distribuidoras estão concentradas, por causa dos bloqueios dos caminhoneiros. “Está um caos. Agora mesmo um cliente chegou aqui, dizendo que era um médico que precisava ir para o plantão. ‘Por favor, eu preciso salvar vidas’, afirmou. Eu disse que não era possível atender. Isso é triste. É lamentável”.

Antônio Barbosa Ferreira adiantou que o sindicato montou um esquema com as distribuidoras para que, na volta da entrega dos combustíveis, cada posto receba somente 5 mil litros de etanol, de gasolina e de diesel e ainda um tipo apenas de gasolina. Isso, segundo ele, é para permitir que mais estabelecimentos sejam atendidos rapidamente. “Temos hoje três tipos de gasolina oferecidos ao mercado. Isso ficaria mais distante para conseguir botar todo mundo para funcionar. Então, serão 5 mil de etanol, 5 mil de gasolina e 5 mil de diesel e priorizando os bairros”.

“O mesmo caminhão com cerca de 30 mil litros pode atender a mais postos”

Na opinião do sindicalista, mesmo quando houver a retomada da distribuição dos combustíveis, a estimativa é de que o atendimento nos postos só volte ao normal em cinco dias. “Para normalizar, vai precisar de quatro a cinco dias. Não há logística possível em que se consiga normalizar após liberar o carregamento e atingir o nível normal de abastecimento”, disse.

Ferreira contou que no caso do abastecimento de gás veicular não há problema, já que o produto é canalizado diretamente para os postos que fazem esse atendimento.