Treze policiais militares foram afastados de suas funções por envolvimento no episódio em que um agente da PM jogou um homem de uma ponte na zona sul de São Paulo na segunda-feira, 2. O afastamento foi confirmado ao site IstoÉ pela Secretaria estadual da Segurança Pública.

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Em um vídeo publicado nas redes sociais, é possível ver um policial carregando uma motocicleta até as margens da ponte. Depois, um segundo arremessa o homem, que está de camiseta azul, do local. O homem havia sido interceptado no bairro de Cidade Ademar, mas não houve registro de incidente; já o policial que o jogou da ponte seria da Rocam (Rondas Ostensivas com Apoio de Motos).

A SSP classificou a conduta como ilegal e afirmou ter instaurado um inquérito para “apurar os fatos e responsabilizar todos os agentes”.

O procurador-geral de Justiça do estado, Paulo Sergio de Oliveira e Costa, considerou as imagens “estarrecedoras e inadmissíveis”. O órgão determinou que o Gaesp (Grupo de Atuação Especial de Segurança Pública) associe-se ao promotor do caso para que o Ministério Público de São Paulo “envide todos os esforços no sentido de punir exemplarmente, ao fim da persecução penal, os responsáveis por uma intervenção policial que está muito longe de tranquilizar a população”.

O governador Tarcísio de Freitas (Republicanos) lamentou o ocorrido. “A Polícia Militar de São Paulo é uma instituição que preza, acima de tudo, pelo seu profissionalismo na hora de proteger as pessoas. Policial está na rua pra enfrentar o crime e pra fazer com que as pessoas se sintam seguras. Aquele que atira pelas costas, aquele que chega ao absurdo de jogar uma pessoa da ponte, evidentemente não está à altura de usar essa farda. Esses casos serão investigados e rigorosamente punidos. Além disso, outras providências serão tomadas em breve”, escreveu em publicação no X (antigo Twitter).

A violência pública paulista

A polícia de São Paulo matou 496 pessoas entre janeiro e setembro de 2024, o maior número para o período desde 2020, quando houve 575 óbitos desse tipo. Desde 2023, a alta da letalidade pelas forças de segurança foi impulsionada por operações policiais na Baixada Santista e, em novembro, chamaram a atenção os casos de Ryan Andrade, de 4 anos, e do estudante de Medicina Marco Aurélio Acosta, de 22, baleado na Vila Mariana, zona sul da capital.

Questionado sobre a violência policial na ocasião das letais operações na Baixada Santista, Tarcísio ironizou as denúncias de moradores de Santos e da Defensoria Pública do estado: “O pessoal pode ir na ONU, na Liga da Justiça, no raio que o parta, que eu não estou nem aí”. O político ainda reforçou o apoio ao trabalho do Secretário da Segurança Pública, Guilherme Derrite, que já foi investigado por 16 homicídios ocorridos durante operações policiais das quais integrou.