A Plural (antigo Sindicom) considerou preocupante a aprovação no Senado do projeto de decreto que permite a venda do etanol diretamente do produtor aos postos de combustíveis. Foram 47 votos a favor e apenas 2 contra. A entidade sustenta que os custos extras serão da ordem de R$ 870 milhões e que é possível que ocorra perda de arrecadação.

“É preocupante, ao não levar em conta as complexidades que envolvem o setor. O argumento de que trará benefícios ao consumidor carece de avaliação aprofundada”, diz o posicionamento da entidade. “Na realidade, o preço final ficará mais caro; a garantia de qualidade, mais difícil; e a arrecadação por parte do Estado, mais vulnerável.”

E acrescentou a entidade: “Não à toa, além da Plural, as outras duas principais entidades que representam o setor de etanol são contra a proposta: a Unica, dos produtores, e a Fecombustíveis, dos postos revendedores”, acrescenta.

Como já informou o Broadcast (serviço de notícias em tempo real do Grupo Estado) em reportagem da semana passada, a Plural acredita que as usinas produtoras não possuem logística necessária – que envolve sistemas de dutos, ferrovias e bitrens – para chegar aos mais de 40 mil postos espalhados pelo Brasil.

Segundo a entidade que representa as maiores distribuidoras do País, a complexa malha em funcionamento atualmente só foi possível ao longo de anos de investimento e desenvolvimento sob uma “sólida regulação que define claramente os papéis e responsabilidades de cada agente da cadeia de suprimentos”.