PlatôBR: Racha em corrente dominante do PT atrasa candidatura de Edinho

Divisão no grupo majoritário petista empaca a consolidação do nome do ex-ministro Edinho Silva. O partido deve escolher o presidente interino no próximo dia 9

Tânia Rêgo/Agência Brasil
Foto: Tânia Rêgo/Agência Brasil

Um racha na tendência política majoritária no PT, a CNB (Construindo um Novo Brasil), vem atrasando a consolidação do nome de Edinho Silva, ex-ministro da Secom (Secretaria de Comunicação da Presidência) no governo Dilma Rousseff, como o sucessor de Gleisi Hoffmann no comando do PT. Edinho é o preferido do presidente Lula, mas o posto tem também como pretendente o deputado cearense José Guimarães, líder do governo na Câmara.

Com a ida da atual presidente do partido, Gleisi Hoffmann, para a SRI (Secretaria de Relações Institucionais), em substituição a Alexandre Padilha, o processo para a definição do nome do novo presidente do PT deve ser acelerado.

Na CNB, há apoiadores de Edinho e de Guimarães. Os críticos de Edinho dizem que ele nunca fez política interna no partido e, à exceção da disputa para a prefeitura de sua cidade, Araraquara (SP), sempre ocupou cargos na legenda e no governo graças a indicações.

Por outro lado, ele é o nome predileto do presidente Lula – e, como é praxe no PT, quando Lula quer não restam muitas alternativas. Por isso, internamente a crença é que Edinho acabará sendo mesmo o novo presidente do PT, embora atualmente haja arestas a aparar em razão da candidatura alternativa.

Segundo um dirigente nacional do PT, José Guimarães já teria até comunicado a amigos próximos que não disputará mais o comando do PT. A decisão, porém, ainda não foi tornada pública. Como alternativa, ele deverá disputar uma vaga no Senado pelo Ceará em 2026.

Indagado pelo PlatôBR, Guimarães disse que não comentou nem comentará o assunto “até que o Lula e a Gleisi decidam”. O nome de Guimarães surgiu como um dos cotados em razão de ele ser do Nordeste, região que costuma dar mais votos a Lula nas disputas eleitorais. Os votos nordestinos ajudou a garantir, inclusive, a eleição do presidente em 2022.

Quem será o interino?

O Diretório Nacional do PT fará uma reunião da Executiva Nacional no dia 9 de março para definir quem será o presidente interino do partido, até a eleição prevista para 3 de julho.

O PT tem cinco vice-presidentes: o próprio José Guimarães; Washington Quaquá, prefeito de Maricá, no Rio de Janeiro; Humberto Costa, senador por Pernambuco; Zé Geraldo, ex-deputado pelo Pará; e Luiz Dulci, ministro-chefe da Secretaria-Geral da Presidência nos dois primeiros mandatos de Lula.

Nenhum desses, porém, tem precedência para assumir o cargo. Qualquer integrante da direção nacional pode ser indicado para assumir a presidência do partido interinamente.

As inscrições ainda não foram abertas, mas o dirigente Romênio Pereira, secretário de Relações Internacionais do partido e coordenador do grupo Movimento PT, já se apresentou como candidato. É o único nome lançado publicamente até o momento. Edinho é candidato, mas os movimentos em torno dele, ao menos por ora, se dão nos bastidores.

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