19/10/2024 - 12:12
O segundo turno das eleições municipais ainda não acabou, mas a roupa suja no PT já começou a ser lavada.
A discussão acerca do balanço das urnas, com mais derrotas do que vitórias – principalmente em capitais e em outras grandes cidades –, e dos eventuais erros cometidos pelo partido já está bastante acirrada.
O vice-presidente nacional do PT, Washington Quaquá, deputado federal e recém-eleito prefeito de Maricá, no Rio de Janeiro, disse que só iria se manifestar publicamente sobre os resultados da eleição em reunião do comando do partido prevista para o dia 28, logo após o segundo turno.
Mas, do alto de seus 73,74% dos votos obtidos na disputa na modesta Maricá, na região da chamada Grande Niterói, Quaquá disparou duras críticas às alianças feitas pelo PT, como em São Paulo, onde o partido se aliou a Guilherme Boulos, do PSOL.
Quaquá não poupa o candidato psolista. “Nós escolhemos um candidato fraco em São Paulo. Um candidato que quase não foi para o segundo turno. Um candidato para disputar 30% da sociedade. O presidente Lula é grande demais para lançar candidatos que disputam apenas 30% da sociedade”, disse Quaquá, em um áudio, enquanto ainda comemorava a vitória, dezesseis anos depois de ser eleito pela primeira vez na cidade.
Para ele, o PT tem de se espelhar em alianças como a firmada com Eduardo Paes, do PSD, no Rio. Paes venceu a disputa pela reeleição, no primeiro turno, com 60,47% dos votos. “Sessenta por cento da sociedade da cidade do Rio de Janeiro votou em Paes”, emendou.
Para o vice-presidente do PT, aí houve um acerto da esquerda. “Foi a principal vitória da esquerda brasileira. Ele não é do PT, mas nós precisamos perder a burrice de só nos representarmos com candidatos próprios e com alianças à esquerda”, afirmou Quaquá.
“A sabedoria da esquerda é a sabedoria de saber ampliar alianças. Soubemos ampliar com o Eduardo. Tivemos uma vitória estrondosa contra a ultradireita no Brasil na eleição de Eduardo”.
Quaquá tem defendido que o PT se aproxime mais do Centrão. Desde outubro do ano passado, ele já dizia que a candidatura de Boulos em São Paulo era “preparada para perder”.
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