Em 2002, quando o presidente Lula vinha de três derrotas eleitorais, o publicitário Duda Mendonça comandou uma mudança na imagem do candidato, com a criação do “Lulinha Paz e Amor”, um contraponto à imagem de radical que os críticos apontavam no líder petista até então. Mais de duas décadas depois, e amparado por três vitórias presidenciais de Lula e duas de Dilma, um candidato a presidente do PT investe no estilo “Paz e Amor” para preparar o partido para a eleição presidencial de 2026.
Considerado o principal nome na disputa interna, Edinho Silva deixou nesta quarta-feira, 1º, a prefeitura de Araraquara, no interior paulista, com uma derrota amarga. Depois de dois mandatos consecutivos, ele viu sua candidata, Eliana Honain, ser derrotada pelo bolsonarista Dr. Lapena. Apesar das diferenças políticas, Edinho fez uma equipe de transição para entregar a administração municipal a seu sucessor. E fez questão de posar ao lado dele ao apresentar uma prestação de contas da situação da cidade. O petista também prometeu apoio ao sucessor no que for necessário.
Dias antes, Edinho publicou uma foto ao lado do deputado federal Antônio Carlos Rodrigues, do PL – é bem verdade que de uma ala menos bolsonarista do partido. Ele se referiu ao parlamentar como “grande amigo” e destacou que “não há espaço para ódio e intolerância na política”. Apesar de rivais, Rodrigues, que foi presidente da Câmara Municipal de São Paulo, nunca foi um inimigo dos petistas. Tanto que chegou a ser suplente de Marta Suplicy (PT), no Senado, na época em que os partidos eram aliados. Junto da foto, Edinho agradeceu a Rodrigues pelos recursos, vindos de emendas, que possibilitaram a reforma e adequação de um estádio de Araraquara.
O estilo contrasta com o da atual presidente, a deputada Gleisi Hoffmann (PR), que vem acumulando discussões mesmo com líderes do partido, como é o caso de Padilha e do ministro da Fazenda, Fernando Haddad.