O Supremo Tribunal Federal e a Polícia Federal tinham, há tempos, indícios fortes da participação de Walter Braga Netto nas várias tramas que envolveram a tentativa de golpe de Estado no Brasil em 2022 e 2023.

À diferença do que ocorreu com outros investigados, porém, havia certo temor em avançar de forma mais incisiva contra o general. Por várias vezes desde o início das investigações, chegou a ser cogitada e discutida a possibilidade de prendê-lo.

Prevaleceu, porém, o entendimento de que uma medida drástica poderia melindrar a cúpula do Exército, uma vez que Braga Netto, assim como outros bolsonaristas militares de quatro costados como Augusto Heleno, era ainda um general benquisto e respeitado no Alto Comando.

A opção foi por seguir investigando e deixar uma eventual prisão para uma situação em que não houvesse mais alternativa. Foi o que aconteceu. Braga Netto foi preso preventivamente neste sábado, como informou em primeira mão o PlatôBR, por suspeita de atrapalhar as investigações sobre a tentativa de impedir a posse de Lula.

Até então, a ideia era deixar que as apurações seguissem seu curso. Em último caso, a aposta era a de que ele seria condenado no processo que tende na ser aberto no Supremo contra os envolvidos nas ações golpistas. O general, como se sabe, foi indiciado, junto com Bolsonaro, Heleno e outros tantos (são 40 hoje), ao final do inquérito recém-concluído pela PF.

Os autos, hoje na Procuradoria-Geral da República, devem levar à apresentação de uma denúncia formal ao STF contra os envolvidos nos próximos meses. O julgamento do caso deverá mover o STF em 2025.

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