08/11/2024 - 10:21
O ex-ministro do Turismo Gilson Machado, um dos três brasileiros que estavam na recepção privada oferecida por Donald Trump em um resort na Flórida horas após o fechamento das urnas, na terça-feira, garante que não entrou na festa na aba de Eduardo Bolsonaro.
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À diferença do que disse o ex-presidente Jair Bolsonaro, que declarou à Folha de S.Paulo que foi Eduardo quem colocou Machado para dentro do evento de Trump, o ex-ministro garante que fora convidado meses antes, pelo próprio presidente eleito.
O ex-ministro e seu filho, também Gilson, recém-eleito vereador em Recife, estiveram no convescote junto com Eduardo Bolsonaro.
Ao PlatôBR, Machado, que no governo passado ficou conhecido como ministro-sanfoneiro por causa de suas habilidades musicais, disse ter trocado “uma palavrinha” na festa com o bilionário Elon Musk, um dos principais apoiadores de Donald Trump, e entregou sua condição de fã do republicano. “Tenho autógrafo dele em livro, em chapéu, em todo canto”, afirma.
Eis o que ele falou:
O senhor conseguiu falar com Trump?
Não teve condição dessa vez. Troquei uma palavrinha com o Elon Musk. Falei que era muito importante para o mundo a vitória do Trump. E ele é uma pessoa que ajudou muito o Trump, tanto financeiramente como com algumas ideias, moralmente do lado dele, dando apoio. E acho que ele pode até ter um protagonismo no governo do Trump agora.
O ex-presidente Jair Bolsonaro disse que foi Eduardo, filho dele, quem colocou o senhor e seu filho para dentro da festa. Foi assim mesmo?
Não, nós três fomos convidados. O convite foi para nós três, não teve ninguém colocando ninguém para dentro, não.
O senhor pediu autógrafo a Trump?
Eu já tenho fotos com ele, tenho autógrafo dele em livro, em chapéu, em todo canto. Mas é porque não teve oportunidade, como ninguém teve também. Foi muito corrido. Tinha muita gente, tinha apuração (em andamento). Mas estava do lado dele lá, do lado.
Quanto tempo antes o senhor recebeu a confirmação de que poderia estar lá?
Esse convite (chegou) ano passado. Ele (Trump) me chamou. Chamou informalmente, e aí mais perto teve essa confirmação. O assessor dele me ligou e me convidou para fazer questão de que eu estivesse lá com o meu filho na apuração. Trump, na época que estava na baixa, quase ninguém ia lá visitar. Ele tem uma deferência muito grande, uma gratidão pelo presidente Bolsonaro e pela gente. Tem coisas que não é só o dinheiro que existe no mundo, não. A amizade também (conta), a confiança, a lealdade.
Quais foram as orientações para os convidados?
Para chegar lá, parecia que a gente estava indo para uma guerra. Foram três camadas de segurança. Chegamos no local marcado, no Hilton de Palm Beach, às 18 horas. Para se organizar, fazer cadastro para tudo. Levamos o passaporte e lá já foi feita uma revista. Depois passamos por mais uma revista na chegada e outra na entrada. Lá é tudo sob muita segurança. Agora principalmente, né? Depois do atentado que teve, reforçaram a segurança mais ainda. Ele é o alvo 01 de tudo, né?! De terrorismo, do Hamas, de tudo. Sobre as filmagens, tinha uma placa na entrada, (dizendo) que era proibido filmar e tirar foto, mas tem hora que eles não fazem questão não, entendeu? Tinha muita gente filmando.
O sr. acredita que a eleição de Trump muda em algo o quadro político aqui no Brasil?
Eu acho que está na hora de a gente arrefecer, esfriar os ânimos, entendeu? Porque esse país da gente, com os Estados Unidos agora crescendo, tende a ser o primeiro parceiro comercial dos Estados Unidos. O Brasil tem tudo para explodir, rapaz. E os Estados Unidos vão crescer muito agora.
Acredita que haverá impacto na eleição brasileira de 2026?
Fundamental. Tem um impacto de levantar toda a moral da tropa dos conservadores, do pessoal liberal, do pessoal que luta pela liberdade. Do pessoal que prega a diminuição do Estado, que é o que ele prega também.
O sr. pretende contribuir de algum modo com o governo Trump, nem que seja com uma apresentação de sanfona?
A gente não conversou sobre isso, não. Até porque é um momento de comemoração agora, né? Não é o momento ainda de começar a montar estratégia de governo, de nada. Agora, uma pessoa muito próxima dele é o Eduardo Bolsonaro. É uma pessoa também que pode ser um assessor informal. Quem não gostaria, né?
Foi a primeira eleição que o senhor comemorou de vermelho, a cor do PT?
Rapaz, a sensação é que cor não influencia nada. O que vale são as ideias e os princípios. Até porque eu sou cantor, eu tenho uma banda. E eu canto, quando eu canto e toco, gosto de botar uma camisa vermelha também.
Já apresentou a sanfona para Donald Trump?
Não, não tive a oportunidade. Eu até disse (em uma oportunidade anterior) que ele deveria ter uma sanfona lá. Para a gente tocar… Não custa nada. Compra uma sanfona, entendeu?