PlatôBR: O que representam as denúncias de Hugo Motta contra 14 deputados

Presidente da Câmara enviou para análise da corregedoria os casos relacionados à obstrução da mesa diretora durante dois dias esta semana

Bruno Spada/Câmara dos Deputados
Câmara dos deputados Foto: Bruno Spada/Câmara dos Deputados

A ocupação da mesa diretora da Câmara começa a produzir consequências para parlamentares que estiveram no centro dos fatos que abalaram o Congresso esta semana. O presidente da Câmara, Hugo Motta (Republicanos-PB), encaminhou à Corregedoria Parlamentar nesta sexta-feira, 8, denúncias contra 14 deputados que participaram da obstrução dos trabalhos nos primeiros dias de trabalho no segundo semestre.

Ao tomar a iniciativa, Motta tenta restaurar a disciplina no plenário e retomar o controle dos trabalhos legislativos, prejudicados pelos protestos da semana passada. O gesto do presidente da Câmara também representa mais um fator de tensão na crise instalada no Congresso desde a segunda-feira, 4, por causa da reação de parlamentares da oposição à prisão domiciliar de Jair Bolsonaro, determinada pelo ministro Alexandre de Moraes, do STF.

O parlamentares relacionados nas representações são os seguintes: Sóstenes Cavalcante (PL-RJ); Nikolas Ferreira (PL-MG); Júlia Zanatta (PL-SC); Luciano Zucco (PL-SC); Allan Garcês (PP-MA); Caroline de Toni (PL-SC); Marco Feliciano (PL-SP); Domingos Sávio (PL-MG); Marcel Van Hattem (Novo-RS); Zé Trovão (PL-SC); Bia Kicis (PL-DF); Carlos Jordy (PL-RJ); Marcos Pollon (PL-MS); Paulo Bilynskyj (PL-SP).

Depois da corregedoria, os casos serão analisados pelo Comitê de Ética e pela mesa diretora. Em caso de votação sobre perda de mandato, a decisão será tomada pelo plenário.

Acusada por deputados da oposição de dar um empurrão em Nikolas Ferreira, a deputada Camila Jara (PT-MS) ficou fora da lista. Dos 14, cinco haviam sido denunciados ao Comitê de Ética na quinta-feira pelos líderes do PT, Lindbergh Farias (RJ), e do PSOL, Talíria Petrone (RJ).

Os deputados são acusados de ocupação e bloqueio do plenário em protesto contra a prisão domiciliar de Bolsonaro. “A fim de permitir a devida apuração do ocorrido, decidiu-se pelo imediato encaminhamento de todas as denúncias à Corregedoria Parlamentar para a devida análise”, afirmou a mesa diretora em nota. As punições podem variar de suspensão por até seis meses à cassação do mandato.