PlatôBR: O papel de Flávio Dino no encerramento dos processos da trama golpista

Ministro presidirá as sessões que vão concluir os três processos restantes da tentativa de ruptura institucional na última transição de governo

Flávio Dino
Ministro Flávio Dino durante julgamento da trama golpista Foto: Rosinei Coutinho/STF

Flávio Dino foi eleito presidente da Primeira Turma do STF nesta terça-feira, 23. O colegiado formado por cinco dos onze ministros da corte foi responsável por condenar Jair Bolsonaro a 27 anos e 3 meses de prisão por golpe de Estado,  O ex-presidente integra o núcleo 1 dos réus do processo, formado por líderes da trama golpista e já julgado pelo Supremo.

O ministro Cristiano Zanin, atual presidente, passa o cargo a Dino para a missão de encerrar até o final do ano os julgamentos das ações penais da trama golpista.

As acusações da PGR (Procuradoria Geral da República) dividiram os 31 acusados de serem o topo da organização criminosa em quatro núcleos, conforme as funções dos réus na organização criminosa. Três estão na fila para julgamento: o núcleo 2, dos gerenciadores dos planos, o núcleo 3, dos executores das ações violentas que previam até assassinatos, e o núcleo 4, dos propagadores e instigadores nas Forças Armadas.

Ex-juiz e ex-governador do Maranhão, Dino foi ministro da Justiça e Segurança Pública do governo Lula e último membro a ser nomeado para a corte. No 8 de Janeiro, ele estava à frente das ações do governo de resposta aos golpistas. Na Primeira Turma, ele vai agendar as sessões de julgamento, conduzir as audiências e atuar como uma espécie de árbitro entre os membros do colegiado.

Escolhido para a nova Função, Dino disse que manterá o estilo bem-humorado que o caracteriza. “Cada um tem direito ao seu estilo”, afirmou. “Eu sempre me escoro na oração preferida do Papa Francisco, a oração a São Tomás Moro, a oração do bom humor”, explicou. Na sequência, ao se referir à sua eleição, fez uma discreta ironia: “Foi a primeira com candidatura única. É uma experiência inovadora na minha vida.”