PlatôBR: o fator Nikolas e o dilema para Lula em 2026

Com previsão de derrota no segundo turno para os principais adversários, o petista não tem ferramentas para se contrapor a oposicionistas como o deputado do PL, que segundo o levantamento é o político com melhor imagem no país

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva

A um ano e quatro meses das eleições, a pesquisa AtlasIntel divulgada nesta sexta-feira, 30, mostra um quadro de dificuldades para o presidente Lula, caso ele seja candidato à reeleição. Nas simulações feitas pelo instituto, o petista venceria todos os adversários no primeiro turno, mas perderia na segunda rodada para o governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas (48,9% a 45,1%), para a ex-primeira-dama Michelle Bolsonaro (49,8% a 45,3%) e, também, para o próprio Jair Bolsonaro (47,5% a 45,5%), declarado inelegível pela Justiça Eleitoral.

A projeção de uma hipotética derrota acende um alerta entre os governistas sobre as razões das perspectivas negativas para o candidato do Planalto, seja ele Lula ou o ministro Fernando Haddad (Fazenda), outro nome testado na pesquisa. A leitura de outros dados do levantamento fornece algumas pistas inquietantes, do ponto de vista do Planalto, para o cenário adverso.

Uma das perguntas da pesquisa trata da imagem dos políticos brasileiros. Nesse ranking, o deputado Nikolas Ferreira (PL-MG) aparece no topo do ranking dos mais bem avaliados, com 49% de avaliações negativas, seguido por Tarcísio (46%), Bolsonaro (46%) e Lula (45%). Embora as diferenças sejam pequenas, na casa das unidades, a tendência é que a eleição do ano que vem seja decidida por pequena diferença, como aconteceu em 2022.

Nesse tópico do levantamento, o que chama a atenção é o perfil do líder do ranking: Nikolas é um político jovem, de 29 anos, com discurso radical de direita e um estilo agressivo nas redes sociais. Os vídeos postados contra o governo batem recordes de audiência. Em janeiro, uma das postagens do parlamentar, com críticas à fiscalização do Pix, ultrapassou 300 milhões de visualizações.

Nikolas não é candidato ao Planalto. Nem sequer tem idade para concorrer ao cargo em 2026. Mas o sucesso de seu estilo de atuação nas redes desnorteia os governistas. Contra esse tipo de adversário, os fatos mostram que o Planalto não tem ferramentas para enfrentar. Os números favoráveis do crescimento do PIB e da redução do desemprego não são suficientes para melhorar a imagem do terceiro mandato de Lula. Esse é um dos principais dilemas para o candidato do Planalto em 2026.

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