PlatôBR: O efeito colateral (e eleitoral) de Padilha na Saúde

O PT espera que novo ministro da Saúde alcance visibilidade à frente da pasta e possa se tornar um nome viável para pelo menos concorrer ao Senado por São Paulo em 2026

Tânia Rêgo/Agência Brasil
Foto: Tânia Rêgo/Agência Brasil

Com a nomeação de Alexandre Padilha para o Ministério da Saúde, no lugar de Nísia Trindade, o governo Lula resolveu dois problemas de uma única vez: além de buscar maior visibilidade para as ações da pasta com um perfil mais político, espera-se que Padilha consiga alcançar maior projeção e prestígio político para ajudar o PT nas eleições de 2026.

Caso faça uma boa gestão no Ministério da Saúde, o ministro, que já ocupou o mesmo cargo no governo Dilma Rousseff, pode se tornar um nome com apelo e credenciais para concorrer ao Senado por São Paulo, apostam auxiliares de Lula.

Hoje, o PT não tem nomes fortes para disputar o governo e o Senado pelo estado. Fernando Haddad, o atual ministro da Fazenda, tem afirmado que não pretende concorrer a nenhum cargo em 2026.

Outras figuras, como Aloizio Mercadante, ex-senador e atual presidente do BNDES, e Marta Suplicy, ex-prefeita de São Paulo e também ex-senadora, já estariam desgastados, na avaliação de dirigentes petistas, depois de derrotas sucessivas em disputas pelo governo e pela prefeitura paulistana.

Quando o nome de Padilha era ainda especulado para o ministério, petistas diziam que ele havia assumido um compromisso com Lula de não concorrer a algum cargo eletivo na próxima eleição, porque assim não teria de deixar a pasta no início de 2026. Agora, porém, tem ocorrido exatamente o movimento contrário: mal assumiu o cargo e ele já é visto como um possível nome.

O PT quer eleger uma bancada expressiva no Senado em 2026, quando haverá duas vagas em disputa em cada unidade da federação. Em São Paulo, o deputado Eduardo Bolsonaro (PL-SP), filho do ex-presidente Jair Bolsonaro, deve ser um dos fortes candidatos no campo da direita.

Leia mais em PlatôBR.