Na montagem do quebra-cabeças da reforma ministerial, o presidente Lula busca, além de priorizar a fidelidade dos partidos aliados para a disputa de 2026, reforçar seu entorno com o grupo político que o ajudou nas eleições vitoriosas de 2022. Por isso, depois da nomeação de Sidônio Palmeira na Secretaria de Comunicação, outra figura-chave nessa estratégia, a presidente do PT, Gleisi Hoffmann, é dada como certa na equipe que acompanhará Lula nos dois anos finais de mandato.
“O presidente está recuperando a memória da sua campanha vitoriosa”, afirma um importante nome do governo federal. Segundo ele, a ida de Gleisi para um ministério – provavelmente a Secretaria-Geral da Presidência – é mais um passo nessa direção. Essa estratégia ajuda a construir um senso de unidade no governo, alinhado com as promessas de campanha, além de se beneficiar da experiência de pessoas que conhecem os desafios enfrentados e as soluções que melhor funcionaram tanto na formulação de políticas quanto na gestão de crises.
Gleisi era a porta-voz da campanha de 2022. Sidônio Palmeira, o marqueteiro, assumiu o comando da Secom em um momento difícil para a comunicação do governo. No front econômico, há Gabriel Galípolo (Banco Central), peça importante na campanha e na transição para diminuir a resistência a Lula do mercado financeiro.
Para reativar a antiga equipe, Lula ainda deverá contar, no comando do PT, com o ex-prefeito de Araraquara (SP) e ex-ministro da Secom Edinho Silva, que foi o coordenador da campanha.
A intenção, com a recomposição de parte da equipe, é legitimar o governo entre apoiadores, reforçando o compromisso com os eleitores e com os movimentos sociais. Diante da queda de Lula nas pesquisas de opinião, outra missão é tentar mostrar resultados e garantir “entregas”. Para integrantes do governo, com o cenário de polarização política atual, é preciso saber enfrentas as crítica e responder de forma coordenada e estratégica às adversidades.