Agora presidente do PSB, o prefeito de Recife, João Campos, almoçou com o presidente Luiz Inácio Lula da Silva para acertar, entre outros pontos, o apoio à sua candidatura ao governo de Pernambuco em 2026. Mais que o apoio, Campos quer ser o único candidato de Lula no estado, mas o presidente ainda cogita a hipótese de estar em dois palanques no estado – o segundo seria em composição com o PSD, encabeçado pela governadora Raquel Lyra, que tentará a reeleição.
O argumento de João Campos para convencer o presidente passa pela “relação histórica” do PSB com o PT e até pela relação de Lula com o pai dele, Eduardo Campos, morto durante a campanha presidencial de 2014 em um acidente de avião. À época, a candidatura de Campos foi lançada como “terceira via” contra a reeleição de Dilma Rousseff.
O ministro do Empreendedorismo, Marcio França (PSB-SP), que pretende ser candidato ao governo, em São Paulo, também esteve no almoço que ocorreu na quarta-feira, 24, em busca de apoio de Lula para que ele encabece uma chapa ao governo de São Paulo. Nesse caso, a composição terá que contar com o ministro Fernando Haddad (PT), cujos planos políticos ainda não estão muito claros, mas incluem a hipótese de ser o candidato de Lula ao Palácio dos Bandeirantes.
Metas do PSB
Até o momento, o PSB elencou algumas prioridades. A primeira é manter Geraldo Alckmin como vice na chapa à reeleição, rejeitando, nesse caso, que Alckmin encare uma candidatura ao governo paulista em uma composição com o PT.
Outra prioridade do partido é reforçar a bancada na Câmara. O PSB tem hoje 15 deputados. Durante o governo de Dilma Rousseff, antes de se dividir entre apoiadores da presidente e opositores, especialmente aqueles que apoiavam a Operação Lava Jato, o partido chegou a ter 32 deputados.
Agora, a intenção é tentar recompor a bancada tanto nas eleições de 2026 quanto no convite para deputados de outros partidos entrarem na legenda quando abrir a janela que permitirá mudanças sem ferir a cláusula de fidelidade partidária – ou seja, em abril. Nesse tempo, o senador Cid Gomes (PSB-CE), por exemplo, pretende atrair para o PSB cinco novos deputados do PDT no Ceará.
Fator Minas
A candidatura de João Campos, apesar de lançar luz sobre candidatos à Câmara, não entra exatamente nas duas metas macro do partido na aliança com o PT. Está mais na intenção de apostar em candidaturas que a legenda considera com boas chances de eleição. Além de Pernambuco e São Paulo, Campos tem buscado fortalecer o partido em Minas Gerais. Ele convidou para se filiar ao PSB o atual presidente da Assembleia Legislativa mineira, Tadeu Martins Leite, hoje no MDB. O deputado estadual ainda não deu resposta e, caso mude de partido, seu nome será lançado ao governo.
Outro que Campos convidou em Minas para se filiar ao PSB foi o deputado federal Diego Andrade (PSD), dentro da estratégia de reforçar a bancada na Câmara, mesmo antes da eleição. Concorre com os movimentos de Campos em Minas um outro projeto político, que chegou até a ser anunciado por Lula: lançar Rodrigo Pacheco (PSD), ex-presidente do Senado, ao governo. O problema é que Pacheco ainda não deu a resposta se topará a empreitada.