PlatôBR: Indefinição sobre reunião do Brasil com os EUA mostra negociações emperradas

Governo esperava para logo encontro em Washington com auxiliares de Trump, mas até agora não foi confirmada. Mauro Vieira tentará marcar data durante evento no Canadá, no qual encontrará Marco Rubio

The White House/Daniel Torok
Foto: The White House/Daniel Torok

As negociações do Brasil com os Estados Unidos para a revisão do tarifaço parecem emperradas, confidenciou ao PlatôBR um auxiliar direto do presidente Lula. O ministro Mauro Vieira (Relações Exteriores) deve se encontrar com o secretário de Estado americano, Marco Rubio, em 11 e 12 de novembro, durante reunião de chanceleres do G7 no Canadá.

A ideia inicial é que Vieira possa conversar com Rubio para agendar uma visita da comitiva de negociadores brasileiros a Washington, composta pelo chefe do Itamaraty, pelo ministro Fernando Hadda (Fazenda) e pelo vice-presidente Geraldo Alckmin, também ministro do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços.

“Nossa expectativa e a do presidente é que essa visita [aos Estados Unidos] ocorra ainda neste mês ou ainda neste ano. Se isso não acontecer e a gente achar que existe uma operação tartaruga do outro lado, o presidente tem como recurso ligar para o Trump”, disse o auxiliar do Planalto.

Como mostrou o PlatôBR, Lula mudou o discurso sobre quando ligaria para o Trump para conversar sobre o tarifaço e as punições impostas a autoridade brasileiras. Em entrevista concedida na semana passada em Kuala Lumpur, na Malásia, o petista disse esperar um acordo com o governo americano em “poucos dias” e prometeu que, se o tarifaço não se resolvesse, ligaria nesta semana para Trump. A declaração foi em 27 de outubro. Se cumprisse o que disse, o presidente deveria disparar o telefonema para o colega americano ocorrer até este sábado, 8.

Em outra entrevista, na última terça-feira, 4, para correspondentes da imprensa estrangeira presentes em Belém, Lula sinalizou que somente pretende ligar para Trump apenas depois da COP30. A conferência termina em 21 de novembro.

Negociações com União Europeia avançam

Em outra frente de negociação, a diplomacia brasileira e o entorno do presidente Luiz Inácio Lula da Silva renovaram o otimismo em relação à ao acordo com a Mercosul-União Europeia. Antes de inciar a Cúpula do Clima, Lula teve uma reunião bilateral na última quarta-feira, 5, com a presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen. Em nota à imprensa, o Palácio do Planalto informou que os dois conversaram sobre o acordo e a disposição de que seja assinado durante a Cúpula do Mercosul, que ocorrerá em 20 de dezembro, no Rio de Janeiro.

Para além das relações do entre os blocos, a presidente da Comissão Europeia assinou a Declaração sobre a Coalizão Aberta de Mercados Regulados de Carbono durante a participação na Cúpula do Clima na última sexta-feira, 7.

O governo brasileiro apostava que o avanço da proposta para definir normas comuns desse mercado dependia da adesão de União Europeia. Também ratificaram o documento China, Reino Unido, Canadá, Chile, Alemanha, México, Armênia, Zâmbia e França.

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