O Palácio do Planalto e integrantes da equipe econômica do governo ficaram satisfeitos com os resultados da votação do pacote de corte de gastos na Câmara. A expectativa do governo é de que os projetos sejam também aprovados no Senado nesta sexta-feira, 20.
O líder do governo no Senado, Jaques Wagner (PT-BA), disse que a tendência é nem mexer nos textos vindos da Câmara.
A leitura que se faz no Planalto é a de que, mesmo com a desidratação das propostas originais, a votação na Câmara representou uma “vitória” pois era inimaginável que os textos levados para a apreciação dos parlamentares fossem aprovados sem nenhum reparo ou questionamento.
Para o mercado e críticos do governo, o pacote de corte de gastos é insuficiente e não responde às necessidades do país no momento. Até a equipe econômica do governo, de fato, já admite que, em poucos meses, será obrigada a se debruçar sobre planilhas novamente para pensar em novos cortes de despesas.
Projetos levados para análise na Câmara, como os que definem novas regras para o BPC (benefício pago a idosos e portadores de deficiência) e a PEC (Proposta de Emenda à Constituição) que trata dos supersalários e das mudanças no abono salarial) acabaram desidratados.
Os cortes foram bem menores do que previa o pacote original. De acordo com um auxiliar do Planalto, esses trechos retirados por parlamentares em razão de prejuízos eleitorais (como o BPC, que previa a redução de benefícios a portadores de deficiência) “estava dentro daquilo que se imaginava e se previa desde o início”. As restrições, na avaliação do palácio, não descaracterizam o pacote e nem representarão uma diferença tão grande em relação ao que era desejado antes.
A expectativa agora do governo é poder comemorar também uma vitória no Senado. Um acordo em busca desse objetivo foi selado em almoço na quarta-feira, 18, na residência oficial do Senado, entre o presidente da casa, Rodrigo Pacheco (PSD-MG), e o ministro Fernando Haddad (Fazenda).
Estiveram também no encontro o ministro das Relações Institucionais, Alexandre Padilha; o secretário-executivo do Ministério da Fazenda, Dario Durigan; o senador Eduardo Braga (MDB-AM), relator do projeto da reforma tributária; o líder do governo no Congresso, Randolfe Rodrigues (PT-AP), e o líder do governo no Senado, Jaques Wagner (PT-BA).