PlatôBR: ‘Frituras na Esplanada’ geram desconforto para além de Nísia Trindade

Ministros de Lula reclamam, em conversas reservadas, que demora na reforma ministerial causa desgastes e submete vários deles a processo público de fritura

Alessandro Dantas/PT no Senado
Foto: Alessandro Dantas/PT no Senado

Ministros do governo Lula têm reclamado, em conversas com parlamentares, da demora do presidente Lula para a reforma ministerial, o que estaria expondo vários deles a um processo de fritura pública.

O caso mais visível é o da ministra da Saúde, Nísia Trindade. A demissão da ministra já é dada como certa, não só por notícias veiculadas pela imprensa como em declarações de seus colegas de governo. A ministra, no entanto, não recebeu nem sequer um telefonema do presidente Lula nem de qualquer integrante do governo. Na semana passada, Nísia chegou a perguntar ao colega Alexandre Padilha, ministro das Relações Institucionais, cotado para substituí-la, se sabia algo sobre o seu futuro.

O desconforto na Esplanada dos Ministérios vai muito além do caso de Nísia Trindade. Um parlamentar paulista, após conversar com um dos ministros que são alvo das especulações, disse que esses auxiliares de Lula vêm se queixando porque a demora estaria “queimando e desgastando” os atuais ocupantes dos cargos. Além disso, reclamam, as especulações paralisam os  ministérios.

Também são vítimas das especulações na imprensa os ministros Márcio Macêdo (Secretaria-Geral da Presidência da República), um dos primeiros a integrar a lista dos possíveis demitidos ; Paulo Teixeira (Desenvolvimento Agrário); Wellington Dias (Desenvolvimento Social e Combate à Fome); Luciana Santos (Ciência e Tecnologia); e Cida Gonçalves (Secretaria das Mulheres).

Ministros também estão “batendo cabeça” e um “desgastando uns aos outros”, segundo o mesmo parlamentar. Na imprensa, nas últimas semanas circularam informações sobre uma suposta disputa entre Fernando Haddad (Fazenda), e Rui Costa (Casa Civil) para indicar o sucessor de Nísia Trindade na Saúde. Padilha teria o apoio de Haddad, enquanto Arthur Chioro, ex-ministro da Saúde de Dilma Rousseff, seria o preferido de Rui Costa. Pessoas próximas a Chioro, porém, dizem que isso não passa de intriga para desgastá-lo.

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