PlatôBR: Fim da escala 6×1 ganha inesperado apoio de deputado do PL

Representante dos comerciários, Luiz Carlos Motta pretende ouvir empresários, sindicalistas e especialistas para discutir produtividade, saúde e qualidade de vida dos trabalhadores

Lula Marques/ Agência Brasil
Foto: Lula Marques/ Agência Brasil

A redução da jornada de trabalho, bandeira do governo Lula, ganha um novo aliado no Congresso: o deputado Luiz Carlos Motta (PL-SP), presidente da Fecomerciários, vai conduzir audiências públicas na Comissão de Trabalho para discutir o fim da escala 6×1. Motta pretende reunir empresários, sindicalistas, especialistas e representantes do governo para avaliar caminhos que unam produtividade, saúde e qualidade de vida dos trabalhadores.

A federação presidida por Motta representa 2,5 milhões de comerciários. O parlamentar entende que a redução da jornada pode melhorar a saúde mental e a motivação dos trabalhadores, permitindo mais tempo para descanso, família, lazer e estudos. “Hoje, muitos trabalhadores enfrentam jornadas extensivas, com pressão para cumprir metas e excesso de horas. Reduzir isso não é apenas justo, mas também aumenta o rendimento”, afirmou Motta, em entrevista ao PlatôBR.

Motta disse também que ainda não encontrou resistência à proposta dentro do PL. “O partido sabe que eu sou originário da categoria de trabalhadores e vou defender toda a categoria”, disse ao PlatôBR.

A defesa da redução da jornada é feita por Motta no momento que o governo federal começa se movimentar na mesma direção. A ministra Gleisi Hoffmann (Relações Institucionais) se reuniu recentemente com a deputada Erika Hilton (PSOL-SP) para tratar da Proposta de Emenda à Constituição que prevê o fim da escala 6×1. “O presidente Lula tem se manifestado e nós temos que mudar o regime de trabalho dos trabalhadores. As pessoas têm que ter mais tempo para viver, mais tempo para se dedicar à sua família, ter lazer, enfim, ter qualidade de vida”, disse a ministra em vídeo publicado nas redes sociais.

A proposta enfrenta resistência de alguns setores empresariais, preocupados com custos e com o impacto operacional, mas encontra respaldo na agenda de valorização do trabalhador, que ganhou impulso com a aprovação da ampliação da faixa de isenção do Imposto de Renda para quem recebe até R$ 5 mil.