PlatôBR: ‘É claro que, se fosse hoje, o candidato seria Tarcísio’, diz Ciro Nogueira

Presidente do PP diz que Bolsonaro deve indicar até dezembro apoio ao governador de São Paulo na disputa pelo Planalto. Em sua opinião, um nome da família do ex-presidente não venceria a eleição

Andressa Anholete/Agência Senado
Foto: Andressa Anholete/Agência Senado

Embora o governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos), tenha dito na saída da visita que fez a Jair Bolsonaro que será candidato à reeleição, entre aliados ele continua sendo o nome mais forte para disputar o Planalto no campo da direita. Presidente do PP, partido que forma uma federação com o União Brasil, o senador Ciro Nogueira (PP-PI) aposta que o anúncio do apoio do ex-presidente será feito até dezembro e que, nas condições de hoje, Tarcísio é o político mais bem posicionado para entrar na corrida presidencial na oposição ao governo Lula.

“Ainda tem muita coisa para acontecer, mas até dezembro ele [Bolsonaro] resolve”, disse o senador, ao PlatôBR. “É claro que, se fosse hoje, o candidato seria o Tarcísio”, indicou o senador.

Nogueira ainda ponderou que, no momento, nenhum nome da família Bolsonaro teria condição de vencer Lula nas urnas e que o ex-presidente não vai se arriscar a perder a eleição. “Hoje, eu acho que um nome da família não teria como ser eleito. E o Bolsonaro é a única pessoa que não pode correr risco nessa eleição”, disse o senador.

Confira a íntegra da entrevista:

Como o senhor vê o movimento do governador Tarcísio de Freitas e do ex-presidente Bolsonaro? Havia uma expectativa de se definir o apoio do ex-presidente para as eleições de 2026, mas o governador saiu dizendo que será candidato à reeleição.
A conversa foi a melhor possível. Entendimento total. [Tarcísio] vai fazer o que o presidente vai orientar. O presidente vai decidir até dezembro quem é o candidato. Hoje, eu não vou negar para você, o melhor é o Tarcísio. Tem muita coisa para acontecer ainda, mas até dezembro ele resolve.

Mas o governador disse que será candidato à reeleição.
O governador era candidato a senador em Goiás. Eleito! O presidente Bolsonaro mandou ele ir para São Paulo, ele nem discutiu. Foi. Então, a decisão é do presidente.

O senador Flávio Bolsonaro desmente o apoio.
Eu mesmo sou contra Bolsonaro anunciar agora. Os governadores de São Paulo erravam porque eram eleitos a governador e se lançavam candidatos a presidente. O Tarcísio só pode ser candidato em 2026. Eu acho que, em dezembro, a gente decide e lança, caso ele seja o escolhido.

O ex-presidente já se convenceu de que o candidato não será um nome da família?
Isso aí depende. Hoje, eu acho que um nome da família não teria como ser eleito. E o Bolsonaro é a única pessoa que não pode correr risco nessa eleição. Eu posso perder. Tarcísio, Lula e Flávio também podem. Agora, Bolsonaro não pode perder esta eleição, por conta da situação dele. Então ele não vai correr risco. Agora, a uma coisa que é importante, o alinhamento de Tarcísio com Bolsonaro é perfeito. Tarcísio vai fazer o que o Bolsonaro mandar. E a chance de ele concorrer sem o apoio de Bolsonaro é nenhuma.

O senhor conversa muito com Bolsonaro. O senhor já percebeu dele algum medo, por exemplo, de dar o apoio para uma determinada pessoa ,ou mesmo para o Tarcísio, e assim desaparecer politicamente?
Não, morrer politicamente ele não vai morrer nunca. Daqui a 10, 20 anos, ele ainda vai ser o grande líder que é capaz de despertar, de acontecer. Eu tenho certeza de que, se ele pudesse escolher um filho, o Flávio, por exemplo, ele seria o candidato. Não tenho dúvida disso. Ele vai escutar a minha opinião, a do Marco Pereira, do Rueda e do Valdemar. Vai escutar as pessoas que o aconselham. Isso aí não é uma decisão solitária. A gente vai opinar e ele vai tomar a decisão correta, que não nos leve a uma derrota no próximo ano.