PlatôBR: Como a troca de advogados pode beneficiar Bolsonaro no processo sobre golpe

Celso Vilardi tem boa relação com integrantes do tribunal, ao contrário dos outros advogados que defendiam o ex-presidente até então

Gustavo Moreno/STF
Foto: Gustavo Moreno/STF

A estratégia adotada por assessores de Jair Bolsonaro para enfrentar a denúncia em que o ex-presidente é acusado de tramar um golpe de Estado começou com a escalação do time que atuaria no STF. O advogado Celso Vilardi não foi escolhido por acaso para liderar a equipe. Além de circular com desenvoltura nos tribunais de Brasília, ele é especialista em gestão de crise.

Desde 18 de fevereiro, quando chegou a denúncia da PGR ao Supremo, Vilardi conseguiu audiência com o presidente do Supremo, Luís Roberto Barroso, e o relator do processo, Alexandre de Moraes.

Até então, Bolsonaro era defendido por outros advogados com menor experiência nas cortes superiores. Alguns deles seguem na equipe, como Paulo Cunha Bueno. A lista de defensores do ex-presidente chegou a contar até com Fabio Wajngarten, ex-secretário de Comunicação da Presidência, que também tem formação em direito.

Diferentemente de Vilardi, Wajngarten tinha uma postura mais crítica em relação às decisões tomadas pelo Supremo. Ele deixou a defesa de Bolsonaro no tribunal quando se tornou alvo das investigações sobre a venda das joias. Em julho de 2024, foi indiciado pela PF por lavagem de dinheiro e associação criminosa nesse caso.

Vilardi tem uma atitude de reverência ao Supremo como instituição, ainda que seja para discordar de decisões tomadas por seus integrantes. Na peça apresentada na quinta-feira, 6, o advogado afirma logo no início: “Esse E. Supremo Tribunal Federal nunca tergiversou. Os princípios constitucionais, a jurisprudência consolidada e a história dessa C. Suprema Corte sempre prevaleceram e, assim, foram preservados. E o defendente está certo de que assim será no presente caso”.

O advogado concluiu: “De partida, parece fundamental consignar que a defesa confia e tem o maior respeito pelo Supremo Tribunal Federal, o que obviamente inclui todos os seus integrantes, em especial o Eminente Relator”. Mesmo o entorno de Bolsonaro acredita que as chances de ele ser absolvido pelo STF são mínimas. A ideia é que Vilardi consiga, pelo menos, que o tribunal fixe uma pena menos severa para o ex-presidente.

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