PlatôBR: Clima tenso da semana: prévia ou alerta para o julgamento de Bolsonaro?

Praça dos Três Poderes cercada, segurança reforçada no Supremo, carreatas e protestos nas ruas: autoridades acreditam que as cenas dos últimos dias podem se repetir em setembro

Bolsonaro
O ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) Foto: REUTERS/Adriano Machado

Em Brasília, a semana que termina foi uma prévia – quase um alerta – de como pode ser setembro, o mês do julgamento da ação penal 2662, no Supremo Tribunal Federal, que vai sacramentar o futuro de Jair Bolsonaro. Em boa medida, a decisão do STF terá reflexos nas eleições 2026, principalmente para a direita e para os aliados do ex-presidente.

Em prisão domiciliar, o ex-presidente pode ser absolvido ou pode ir para a cadeia em definitivo se for condenado pelos crimes atribuídos a ele pela PGR por tentativa de golpe de Estado. A Procuradoria-Geral da República pediu 49 anos de prisão para o ex-presidente como pena máxima – outros sete réus serão sentenciados.

A primeira semana de agosto marcou o retorno aos trabalhos no STF e no Congresso após o recesso de julho e produziu fatos de grande impacto político. A instalação de uma tornozeleira eletrônica no senador Marcos do Val (Podemos-ES), a prisão domiciliar de Jair Bolsonaro e a invasão das mesas diretoras da Câmara e do Senado sacudiram o centro do poder.

Isolamento dos acessos
Nas ruas de Brasília e, principalmente, nos corredores e salas do STF, o cenário da semana serviu para antecipar os planejamentos para o julgamento de setembro, há algumas semanas em desenho e discussão pelas equipes envolvidas. Houve protestos nas ruas, carreatas com bandeiras e buzinaço pedindo a cabeça de Moraes, isolamento dos acessos à Esplanada dos Ministérios e à Praça dos Três Poderes e reforço de segurança no Supremo. Pode-se antever que cenas como essas tendem a se repetir nos dias do julgamento de Bolsonaro e dos outros réus pela Primeira Turma do Supremo.

Envolvido diretamente nos planos estratégicos e preventivos das forças de segurança para o evento, um agente federal ouvido pelo PlatôBr avaliou que a temperatura elevada, com episódios que chegaram próximo de conflito físico, foi observada como objeto de estudo para desenho do plano operacional de contingência, ainda em montagem. Os fatos foram vistos, principalmente, como uma prévia. Um “pequeno aperitivo de degustação” – como ele definiu na conversa em reservado – do que pode ocorrer se os dois lados não derem um passo atrás nos próximos dias, nessa escalada de ataques.

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