O clima polarizado da política brasileira migrou para o STF na manhã desta terça-feira, 25, quando começou o julgamento da denúncia contra Jair Bolsonaro e outras sete pessoas acusadas de tramar um golpe de Estado. O próprio ex-presidente chegou cedo para garantir lugar privilegiado na sessão: na primeira fila, olhando de frente para os ministros da Primeira Turma.
A presença de Bolsonaro gerou tumulto entre parlamentares presentes e a imprensa. O ex-presidente não avisou previamente à segurança do Supremo que apareceria no local.
Na sessão, é proibido fotografar e gravar vídeo. Durante a leitura do relatório de Alexandre de Moraes e também na sustentação oral do procurador-geral da República, Paulo Gonet, Bolsonaro manteve os olhos fixos em ambos.
Mais cedo, um grupo de deputados do PL foi barrado na porta no STF porque chegou depois do início da sessão. Foram orientados a acompanhar de um telão instalado na Segunda Turma, que fica no andar logo acima da Primeira.
O deputado Coronel Meira estava entre os impedidos de entrar e, aos berros, xingou funcionários da portaria do Supremo. Outros parlamentares do PL subiram até o terceiro andar e ficaram na porta na Primeira Turma. Diante do tumulto provocado, o presidente do colegiado, ministro Cristiano Zanin, autorizou a entrada do grupo.
Ver esta publicação no Instagram
O advogado Sebastião Coelho, desembargador aposentado, não se credenciou previamente para participar da sessão e foi barrado. Gritou “arbitrários” na porta da Primeira Turma. Moraes, que lia o relatório, fez uma pequena pausa. Alguns presentes correram até a porta para ver o que estava acontecendo. O pequeno tumulto durou pouco e a sessão foi retomada.
Coelho foi detido pela Polícia Judicial do Supremo em flagrante delito por desacato e ofensas ao tribunal. O presidente do tribunal, ministro Luís Roberto Barroso, determinou a lavratura de boletim de ocorrência por desacato e, em seguida, a liberação do advogado.