Coluna: Guilherme Amado, do PlatôBR

Carioca, Amado passou por várias publicações, como Correio Braziliense, O Globo, Veja, Época, Extra e Metrópoles. Em 2022, ele publicou o livro “Sem máscara — o governo Bolsonaro e a aposta pelo caos” (Companhia das Letras).

Advogados de Braga Netto assinaram texto contra ataques de Bolsonaro ao STF

Os advogados criminalistas José Luís Oliveira Lima, conhecido como Juca, e Rodrigo Dall’Acqua, novos defensores do encrencado general Walter Braga Netto, assinaram em maio de 2020 um manifesto de juristas contra uma série de ataques que o então presidente Jair Bolsonaro vinha fazendo ao STF e ao Congresso em meio à pandemia.

À época, ainda no início do que viria a ser a crise sem precedentes causada pela Covid-19, Bolsonaro resistia a medidas que defendessem o isolamento social e participava de atos antidemocráticos contra o Legislativo, o Judiciário e que defendiam uma intervenção militar. Braga Netto, atualmente preso no Rio de Janeiro, era àquela altura ministro da Casa Civil.

Assinado por mais de 600 juristas, o manifesto endossado por Juca e Dall’Acqua dizia que Bolsonaro se valia do mandato presidencial para “arruinar com os alicerces de nosso sistema democrático”. O texto afirmava que ele atentava contra os Poderes, o Estado de Direito e a saúde dos brasileiros e apontava uma “ação genocida” de Bolsonaro. Mais: os signatários diziam que cobrariam “responsabilidade de todos os que pactuam com essa situação”.

Agora, ironicamente, os experientes criminalistas contratados por Braga Netto terão pela frente a árdua tarefa de defendê-lo no âmbito do inquérito que o aponta como um dos principais articuladores do golpismo no fim do governo Bolsonaro, em maquinações que incluíram até planos para matar um presidente e um vice-presidente democraticamente eleitos e um ministro do STF.

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