Neste domingo, dia do segundo turno das eleições municipais, uma das seções de votação em São Paulo estará mais vigiada do que todas as outras. E não é porque passarão por lá para votar os dois candidatos que disputam a cadeira de prefeito da maior cidade do país.

O motivo do reforço no colégio Madre Alix, em Pinheiros, na zona oeste paulistana, tem nome e sobrenome: Alexandre de Moraes.

No primeiro turno, assim que a votação começou, às 8 horas, a expectativa era pela chegada do ministro do Supremo Tribunal Federal. A despeito da curiosidade dos jornalistas que se planejavam para esperá-lo, ele não revelou com antecedência o horário em que apareceria.

O esquema especial de segurança, porém, já era visível e estava organizado nos detalhes. Moraes chegaria escoltado e entraria pelo estacionamento da escola. De lá, iria direto para o local de votação, passando por dentro do prédio. Seguranças já circulavam pela entrada.

A escola tradicional, que existe desde meados do século passado, tem duas entradas usadas para receber eleitores. Uma delas dá acesso a doze seções. A outra, a dezenove. A de Moraes está nessa segunda área. Geralmente, o ministro do STF costuma aparecer na primeira hora. Desta vez não foi assim.

O primeiro personagem conhecido da cena política nacional a chegar por ali foi o deputado estadual e ex-senador Eduardo Suplicy (PT), acompanhado da mulher, a jornalista Monica Dallari, e de sua candidata a vereadora, Luna Zarattini (PT), que conseguiu se reeleger.

Após votar, Suplicy não foi embora. Sentou-se em um banco no saguão do colégio para esperar sua ex, Marta Suplicy, vice de Guilherme Boulos e mãe de seus três filhos. Marta apareceu pouco depois, com Boulos a tiracolo. Suplicy não arredou o pé até que ela fosse embora. E nada de Alexandre…

Seguranças do Madre Alix finalmente receberam a informação de que Moraes sairia de casa, não muito longe dali, às 11 horas. O carro do ministro chegou minutos depois. De calça social e camisa branca, ele entrou rapidamente, acompanhado pelos seguranças. Percorreu a rota programada. Subiu um andar de escadas e entrou direto para votar. Não havia fila.

A única parada do ministro no caminho até a seção foi para tirar uma foto com um eleitor. A imagem foi feita por um dos seguranças. À saída, abordado pelos repórteres, Moraes indicou que não responderia a perguntas. Seguiu direto para o carro.

Na seção do ministro deu Ricardo Nunes (MDB). Boulos, que disputa com ele este segundo turno, ficou apenas na quarta colocação, atrás de Pablo Marçal (PRTB) e Tabata Amaral (PSB).