Plataforma de criptomoedas do BTG, Mynt libera transferências

Os usuários da Mynt, plataforma de negociação de criptoativos do BTG Pactual, poderão transferir criptomoedas diretamente de suas contas para outras corretoras no Brasil e no exterior, e vice-versa. A opção estará disponível no aplicativo da marca a partir desta terça-feira, 29, para operações com bitcoin (BTC), ethereum (ETH), Solana (SOL), Polkadot (DOT) e Cardano (ADA).

A Mynt foi lançada em agosto, mas até agora só permitia entradas e saídas em real. “Antes, estávamos com porteira fechada”, disse André Portilho, responsável pela área de ativos digitais do BTG. Ele destaca que a nova funcionalidade dará liberdade aos clientes, um dos benefícios da tecnologia de blockchain.

Portilho ressalta que a opção é lançada num momento difícil do mercado de criptoativos, com o colapso da exchange FTX no início deste mês. Nesse sentido, a possibilidade de transferência de criptomoedas diretamente para a Mynt é um atrativo para os usuários no quesito segurança.

“Pessoas que têm ativos em corretoras estrangeiras podem se sentir inseguras”, afirmou Portilho. Segundo ele, ao levar suas criptomoedas para a Mynt, o cliente passa a ter respaldo do BTG, instituição financeira tradicional, de grande porte e confiável. “E além disso é uma empresa brasileira. Imagine se o usuário tiver problemas numa corretora estrangeira. O que é que ele vai fazer?”, questionou.

O executivo acrescenta que a própria Mynt é responsável pela custódia das criptomoedas de seus clientes. Não recorre a terceiros. “Todo o controle operacional e das chaves está conosco, e no Brasil”, declarou. “São várias camadas de segurança”, acrescentou.

Para transferir para a Mynt, o cliente acessa a carteira, escolhe a moeda digital e clica em “depositar”. É criado um endereço de depósito para ser usado na carteira de origem e realizar a transação. O processo pode ser feito também por QR Code.

Na outra mão, o usuário acessa a carteira, escolhe o criptoativo e clica em “sacar”. Ele deve então selecionar o endereço de destino, conferir a rede, a taxa prevista, o tempo estimado da operação, os dados da transação e a quantidade de ativos, para depois confirmar.

As operações não podem ser feitas via aplicativo do BTG, só pelo da Mynt. De acordo com Portilho, a plataforma é fácil de usar e contém notícias e conteúdo educativo sobre criptoativos “para quem quiser entrar neste mundo”.

Nem todas as criptomoedas que podem ser compradas, vendidas e guardadas na Mynt estão contempladas com transferências neste momento. Na plataforma, é possível negociar também chainlink (LINK), polygon (MATIC) e USDC, stablecoin atrelada ao dólar. Segundo Portilho, a transferência destas moedas estará disponível em breve.

Mais clientes

Para o executivo, a liberação de transferências vai ajudar a plataforma a ampliar a base de clientes. “É um movimento natural”, disse. Ele acrescenta que o BTG continuará a investir na tecnologia de blockchain, mesmo com o cenário delicado do mercado de criptoativos.

“Não é um movimento de curto prazo nosso. Nossa visão está em cima da tecnologia e do potencial de transformação que pode trazer para a indústria financeira e depois para outros setores”, destacou o executivo.

Na opinião de Portilho, é preciso separar a crise atual do potencial de desenvolvimento do segmento e das oportunidades de investimento que representa. “Vamos trazer tecnologias que beneficiem os clientes e nossos negócios, estejam de acordo com a regulação e façam sentido para o mercado”, observou. O BTG atua na área de criptoativos desde 2017.

Em sua avaliação, o caso da FTX deve acelerar a adoção de instrumentos regulatórios sobre criptoativos no Brasil e em outros países.

Por aqui, tramita na Câmara o Projeto de Lei 4.401/21, que trata do assunto. O texto já havia passado na Casa e também no Senado, mas voltou à Câmara para nova apreciação porque um substitutivo foi aprovado pelos senadores.