São Paulo, 7/6 – A adoção de biotecnologia agrícola no Brasil cresceu 5,7% na safra 2015/16, ocupando 45,7 milhões de hectares, diz a consultoria Céleres. O levantamento divulgado nesta terça-feira, 7, leva em conta a adoção de sementes geneticamente modificadas (transgênicas) no plantio de soja, milho e algodão. Este é o segundo estudo para a atual safra – o anterior, divulgado em agosto, apontava adoção de biotecnologia em 44,2 milhões de hectares. Ainda conforme a Céleres, a taxa de adoção de transgênicos alcançou 92,3% da área semeada no Brasil. A tecnologia com maior crescimento na atual temporada foi a de resistência a insetos e tolerância a herbicidas, segundo a consultoria. O aumento anual foi de 24,3%, chegando a 26,1 milhões de hectares, considerando as três culturas. “Mesmo com aprovações comerciais de tecnologias com genes simples (resistente a insetos ou tolerante a herbicidas), o agricultor claramente prefere cultivar a tecnologia com genes combinados e, cada vez mais, tal fato torna-se tendência para os próximos anos”, apontou a Céleres no relatório. A empresa chamou a atenção, contudo, para o risco de desenvolvimento de resistência pelos organismos-alvo e, consequentemente, de quebra da tecnologia ou perda de eficiência, parcial ou total. Segundo a consultoria, há uma grande preocupação no mercado em torno de tecnologias já aprovadas e também em relação a outras em desenvolvimento, pois as pragas e plantas daninhas estão se tornando resistentes às proteínas Bt (que apresentam resistência a insetos) e aos herbicidas utilizados nas tecnologias (glifosato e glufosinato de amônio), que também estão inseridos nas futuras tecnologias. “Para garantir que a biotecnologia continue a serviço do produtor rural é fundamental o seu uso correto, como o uso do refúgio, bordaduras, rotação de culturas, uso consciente de defensivos agrícolas etc”, apontou a Céleres. No caso da cultura da soja, a área com uso de biotecnologia cresceu 5,4% em relação à safra 2014/15, chegando a 31,4 milhões de hectares, apontou a Céleres. Em segundo lugar está o milho, considerando as safras de verão e inverno, que alcançou 13,5 milhões de hectares plantados com sementes geneticamente modificadas, área 6,3% superior à do ciclo anterior. O algodão teve 751 mil hectares semeados com variedades transgênicas em 2015/16, um crescimento de 9,9% ante a temporada anterior. De acordo com dados compilados pela Céleres, desde a safra 2003/04 a adoção de biotecnologia no Brasil cresceu 872,3%, saindo de 4,7 milhões de hectares para 45,7 milhões de hectares.


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