Brasília, 07 – O presidente da Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA), João Martins, afirmou nesta quarta-feira, 7, que os juros do Plano Agrícola e Pecuário 2017/2018 poderiam ser menores que os anunciados pelo governo federal. As taxas dos principais programas de crédito agrícola, com maior volume de recursos, como custeio e comercialização, caíram 1 ponto porcentual ante 2016/2017, em um cenário de queda na inflação e na taxa básica de juros (Selic).

“O juros baixaram 1 ponto porcentual, mas a redução poderia ser maior. Se o governo está dizendo que chegaremos ao fim do ano com inflação de 3,5% e Selic em 8,5%, o juro real para a safra vai ser de 4,5% a 4,7%, o que será muito alto”, disse Martins ao Broadcast Agro, serviço de notícias em tempo real do Grupo Estado. Ele considerou o volume de recursos liberados, de R$ 190,25 bilhões, como “razoável” para o crédito agrícola no período a ser iniciado em 1º de julho.

Mesmo sem a garantia da subvenção pública ao seguro rural, Martins elogiou “a sinalização do governo” de aumentar de R$ 400 milhões para R$ 550 milhões a estimativa de recursos para o programa. “Tentamos mostrar ao governo que com o seguro rural teremos facilidade de buscar recursos nos bancos particulares com spread mais baixo”, disse. No entanto, o presidente da CNA lembrou que dos R$ 400 milhões previstos para 2016/2017, 90% foram contingenciados, e apenas R$ 40 milhões liberados, valor que chegou a R$ 90 milhões com novos aportes.

Para Martins, o governo viu que a agropecuária pode ajudar na recomposição da economia. “O presidente Temer não é burro e está vendo que se o governo colocar 10 na agricultura devolvemos com aumento de produção e queda de preços”, concluiu.


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