Várias ONGs se uniram nesta sexta-feira para denunciar um plano de “repatriação” para Mianmar, anunciado para a próxima semana, de muçulmanos rohingyas que fugiram do que a ONU denunciou como “genocídio”.

Os membros dessa minoria alegam estar aterrorizados com a perspectiva de volta.

No primeiro grupo, mais de 2.260 pessoas deslocadas devem ser repatriadas a partir de 15 de novembro, anunciou o jornal oficial The Global New Light, de Mianmar.

Um acordo foi alcançado com Bangladesh, onde mais de 720.000 Rohingyas vivem desde agosto de 2017 devido à violência em sua região.

O plano de repatriação foi confirmado por Mying Khaing, um alto funcionário regional no estado de Rakain, região de Miamar Ocidental, onde violentos tumultos aconteceram.

Mas as 42 ONGs que assinaram a carta aberta publicada nesta sexta-feira expressaram sua preocupação, julgando que as condições de segurança não são adequadas e que o retorno das rohingyas será “perigoso”, em um país marcado por um violento nacionalismo budista.

“Eles fugiram para Bangladesh em busca de segurança … Eles estão aterrorizados com a ideia do que acontecerá a eles se voltarem agora a Mianmar”, afirmaram as as ONGs, incluindo a Oxfam e a Save The Children.

Os refugiados temem especialmente que serão forçados a ir para campos em que mais de 120.000 rohingyas viveram no estado de Rakain por anos.

Em junho, a Agência de Refugiados da ONU (Acnur) e o Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (PNUD) assinaram um acordo com as autoridades birmanesas para criar condições para um retorno voluntário e seguro dos rohingya para Mianmar.