O Planet Hemp anunciou seu fim nesta terça-feira, 17, após mais de 30 anos. A banda fundada em 1993, que atualmente conta com os vocalistas Marcelo D2 e Bernardo Ferreira — o BNegão — tem dez shows marcados na turnê de despedida, mas anunciará novas datas em breve.
Em coletiva de imprensa realizada em São Paulo, D2 e BNegão explicaram que o fim da banda vem em um momento de lucidez. “É um momento de plena consciência nossa, de parar a banda, de falar: ‘Cara, a gente precisa dar uma parada, a gente já fez o que tinha que fazer'”, disse D2, que também reafirmou que os integrantes não pretendem se aposentar.
“Sim, vamos acabar, e a gente continua sendo artista. Eu tenho minha carreira, todo mundo aqui tem as deles. Nossas vozes vão continuar aí, no ouvido de vocês”, reiterou o fundador da banda que ainda tem, além de BNegão, Pedro Garcia, Formigão, Nobru e Daniel Ganjaman.
Como será a turnê de despedida do Planet Hemp
“A gente vai contar a história da banda com os nossos quatro discos. Os shows vão ter muitas participações”, contou D2. O cantor ainda revelou que deseja fazer shows longos, com músicas dos convidados incorporadas às setlists de cada apresentação.
As datas até agora anunciadas são:
- 13 de setembro: Salvador
- 20 de setembro: Recife
- 3 de outubro: Curitiba
- 4 de outubro: Porto Alegre
- 12 de outubro: Florianópolis
- 17 de outubro: Goiânia
- 18 de outubro: Brasília
- 31 de outubro: Belo Horizonte
- 8 de novembro: Rio de Janeiro
- 15 de novembro: São Paulo
As vendas de ingressos começam na quarta-feira, 18 de junho, às 12h, no site da Eventim.
‘Vanguarda do atraso’
A banda que começou em 1993 é conhecida por suas letras ativistas com temáticas como violência policial e, principalmente, legalização da maconha. Questionado pela IstoÉ Gente sobre as mudanças entre os primeiros shows, no início da década de 1990, e a última turnê, que acontece em 2025, BNegão brincou: “Articulações, joelho. Muita coisa.”
“A gente tem mais voz. 30 anos atrás, era um absurdo uma banda como o Planet Hemp. A gente começou o Planet Hemp seis ou sete anos depois do fim da Ditadura Militar, e só descobriram que era o ‘Planeta Maconha’ depois de alguns anos. A gente só foi preso quatro anos depois, porque eles são meio lerdos”, relembrou D2.
E refletiu: “A gente caminhou para outro mundo, na questão da legalização [da maconha] mesmo. O Brasil é a vanguarda do atraso, vai legalizar na América do Sul inteira e no Brasil, você fala ‘maconha’ e as pessoas vão para trás […] Mas pelo menos hoje em dia a gente pode conversar. Nos anos 90, nem essa conversa a gente conseguia ter”.
BNegão completou: “O assunto ‘maconha’ saiu das páginas policiais e a gente colocou na mesa de jantar essa discussão. Esse assunto inteiro, de onde a gente estava até agora, onde a gente acabou de participar da Marcha da Maconha, isso é maravilhoso”.
Ver essa foto no Instagram