Pivô de afastamento do prefeito de SBC segue foragido uma semana após operação da PF

Pivô de afastamento do prefeito de SBC segue foragido uma semana após operação da PF

O protagonista do esquema de corrupção deflagrado na prefeitura de São Bernardo do Campo continua foragido da Polícia Federal, mesmo uma semana após o começo da Operação Estafeta. O auxiliar legislativo Paulo Iran Paulino Costa é apontado como articulador das transferências de dinheiro que aconteciam clandestinamente dentro da gestão do prefeito Marcelo Lima (Podemos).

Paulo Iran cumpria função no gabinete do deputado estadual Rodrigo Moraes (PL). Nas redes sociais, o parlamentar afirmou que ficou sabendo da operação pela manhã da quinta-feira, 14. Logo depois das denúncias, a Assembleia Legislativa de São Paulo (Alesp) o exonerou das funções.

A Operação Estafeta também não demorou para pedir a prisão preventiva de Paulo, mas ele não foi encontrado e é considerado foragido da polícia até agora. De acordo com o Banco Nacional de Medidas Penais, a situação penal de Paulo Iran Paulino Costa está pendente de cumprimento, com um mandato de prisão a ser executado.

Pivô de afastamento do prefeito de SBC segue foragido uma semana após operação da PF

Conforme as investigações, Paulo Iran seria responsável por pagar as despesas pessoais de Marcelo Lima – que incluíam passagens aéreas, cartão de crédito, faculdade de medicina da filha, etc. – com dinheiro de propina. Ele é acusado de repassar “altas quantias de dinheiro” a cúmplices como Daniel Lima (Podemos), presidente da Câmara Municipal de São Bernardo do Campo. Mensagens entre os dois servidores indicaram que diversas porções de dinheiro vivo eram enviadas para Daniel Lima no próprio prédio da Câmara.

No meio das mensagens, a polícia encontrou ambos combinando a entrega de R$ 60 mil em espécie para Marcelo Lima em uma adega da cidade. Na época, em 2024, ele ainda não era prefeito, mas era vice-prefeito e organizava campanha para se eleger.

Além do prefeito de SBC, o Ministério Público de São Paulo denunciou o vereador Danilo Lima Ramos (Podemos), o suplente de vereador Ary José de Oliveira (PRTB), o secretário municipal de Coordenação Governamental Fabio Augusto do Prado e o ex-secretário municipal de Administração Paulo Sérgio Guidetti por organização criminosa, corrupção e lavagem de dinheiro.

Entenda a operação

A Polícia Federal deflagrou, nesta quinta-feira, 14, a Operação Estafeta, com o objetivo de apurar crimes de corrupção e lavagem de dinheiro praticados por suposta organização criminosa com indícios de atuação na administração pública do município de São Bernardo do Campo (SP).

Um dos alvos da operação foi o prefeito Marcelo Lima (Podemos), afastado do cargo. Ele terá que usar tornozeleira eletrônica e está proibido de frequentar a prefeitura. Dois vereadores, entre eles o presidente da Câmara Municipal da cidade, Danilo Lima (Podemos), também são investigados.

Segundo a PF, os saldos incluíram dois mandados de prisão preventiva, 20 mandados de busca e apreensão e medidas de afastamento de sigilos bancário e fiscal, nas cidades de São Paulo, São Bernardo do Campo, Santo André, Mauá e Diadema, todas no estado de São Paulo.

Em nota à IstoÉ, a prefeitura de São Bernardo informou “que irá colaborar com todas as informações necessárias em relação ao caso”. “A gestão municipal é a principal interessada para que tudo seja devidamente apurado. Reforçamos que o episódio não afeta os serviços na cidade”, diz o comunicado.