Pirelli diz que terá ‘mais eficiência’ com centro de Campinas

CAMPINAS, 4 JUN (ANSA) – Na inauguração do Centro Logístico para armazenagem de pneus e matérias-primas, no polo produtivo da Pirelli em Campinas, em São Paulo, o CEO e vice-presidente sênior da Pirelli para a América Latina, Cesar Alarcon, mostrou satisfação com a novidade.   

“Aqui temos o centro do armazém ao lado da fábrica e isso nos dá agilidade, estamos próximos dos clientes, ganhamos tempo e eficiência”, disse o executivo em entrevista à ANSA.   

“Em linha com o nosso compromisso de atingir a neutralidade carbónica até 2040, com este novo centro poupamos a deslocação de cinco mil caminhões por ano em termos de deslocação entre a fábrica e o que até agora eram os nossos armazéns, um fator fundamental dado que o impacto ambiental continuará no centro das nossas estratégias e operações”, acrescentou.   

Há, no entanto, uma questão que preocupa todos os fabricantes de pneus no Brasil: o dumping chinês, fenômeno que afeta também outros setores da economia brasileira.   

“Está comprovado que algumas economias da Ásia Ocidental estão entrando no Brasil com importadores em condições desiguais. Estamos trabalhando com o governo federal, que em novembro passado aumentou as taxas de importação porque há elementos concretos de dumping que estão ocorrendo, mas a verdade é que, se observarmos a tendência dos últimos dois anos, com um crescimento de mais de 200% no mercado brasileiro em condições desleais, ela ainda é claramente insuficiente”, avaliou Alarcon.   

O CEO e vice-presidente sênior da Pirelli para a América Latina revelou que denuncia há mais de dois anos os importadores que “chegam ao Brasil em condições de comprovada prática de dumping”. Além disso, o executivo declarou que cerca de um milhão de pneus não vão parar em aterros sanitários.   

“Através da Reciclanip, coletamos todos eles ao final do ciclo de vida para outros usos, da geração de energia à pavimentação de estradas. Fazemos isso há mais de 25 anos em todo o Brasil, diferentemente dos importadores que mencionei”, comentou.   

“Queremos criar as condições para estabelecer a produção de pneus aqui no Brasil e estamos abertos a competir com qualquer um, desde que haja igualdade de condições. Hoje, vemos que estamos jogando uma partida com oito jogadores, mas não é possível entrar em campo com menos jogadores do que os adversários ou, saindo da metáfora futebolística que une Brasil e Itália, do que os concorrentes”, concluiu Alarcon. (ANSA).