O presidente do Chile, Sebastián Piñera, reafirmou nesta quarta-feira (2) sua visão de que as próximas eleições na Venezuela serão “fraudulentas” e assegurou que o Chile não vai reconhecê-las.

“Vejo a experiência da Assembleia Constituinte na Venezuela, eleita de forma completamente fraudulenta, como fraudulentas serão, se forem realizadas, as eleições de maio na Venezuela, que o Chile, é claro, não vai reconhecê-las”, disse Piñera em conversa com o escritor peruano e Prêmio Nobel, Mario Vargas Llosa.

“Como um homem pode ser tão ambicioso de poder, de querer se perpetuar quando é a testemunha privilegiada da dor, do sofrimento da tragédia que significa para o seu povo”, acrescentou o presidente chileno sobre o líder venezuelano Nicolás Maduro.

Os venezuelanos estão convocados às urnas em 20 de maio para uma eleição presidencial em que Maduro aparece como favorito.

Sobre a Venezuela, também se expressou o ministro das Relações Exteriores do Chile, Roberto Ampuero, anunciando quais deverão ser as diretrizes da próxima reunião do Grupo de Lima, agendada para 14 de maio, para discutir a situação política na Venezuela.

“Nós como Chile, e isso compartilhamos com a maioria dos países que compõem o Grupo de Lima, pensamos que não se pode tratar de simplesmente mais uma declaração, já fizemos várias declarações e não foram ouvidas”, afirmou.

O Grupo de Lima reúne Argentina, Brasil, Canadá, Chile, Colômbia, Costa Rica, Guatemala, Honduras, México, Panamá, Paraguai e Peru. Foi formado em agosto em Lima e rechaça a ruptura da ordem democrática na Venezuela.