A piloto Christine Janning, da Southwest Airlines, está processando a empresa e um ex-colega, acusado de trancar a porta da cabine durante um voo e ficar nu na frente dela, em agosto de 2020. No ano passado, Michael Haak admitiu a acusação, mas alegou que tudo não passou de uma “brincadeira consensual”. Ele chegou a ser condenado e atualmente está em liberdade condicional.

De acordo com a mulher, ela estava como copiloto de Haak em um voo da Filadélfia para Orlando, nos Estados Unidos. Após o avião atingir a altitude de cruzeiro, o piloto disse a ela que aquele era seu último voo e que havia algo que ele queria fazer antes de se aposentar.

Na sequência, ele teria trancado a porta, colocou o avião no piloto automático, tirou a roupa, começou a assistir pornografia no notebook e se masturbou enquanto tirava fotos e fazia vídeos de si mesmo. O advogado do piloto, Michael Salnick, disse que seu cliente só se despiu depois que Janning o encorajou. A defesa de Haak ainda acusou a mulher de fazer “avanços sexuais”.

No entanto, o advogado de Christine, Frank Podesta, negou que ela tenha encorajado Haak ou feito quaisquer avanços. A mulher disse no processo que ficou “horrorizada”, mas continuou pilotando o avião enquanto tirava fotos “para criar um registro”. O avião pousou em segurança.

Após o episódio, Haak voou por mais três semanas até se aposentar. Durante esse período, a mulher não relatou o incidente. Apenas três meses depois, Christine contou o que ocorreu aos seus chefes. No entanto, ouviu que como Haak havia se aposentado, a investigação da companhia aérea não podia ser feita.

No processo, Christine alega ainda que depois de ter contado o que ocorreu ficou “de castigo” por três meses e isso custou parte do seu salário. Ela ainda teve que fazer um treinamento “desnecessário” em simulador de voo antes que pudesse trabalhar novamente.

A Southwest negou as alegações afirmando que “nós a apoiamos imediatamente cooperando com as agências externas apropriadas enquanto investigavam”. “Nossa cultura corporativa se baseia em tratar os outros com respeito e dignidade mútuos, e os eventos alegados nesta situação são inconsistentes com o comportamento que exigimos de nossos funcionários”, diz o comunicado da companhia aérea.

Até o momento, nenhuma audiência do processo foi marcada.