Nem Marta, nem Formiga, nem Debinha. O grande diferencial da seleção brasileira de futebol feminino até aqui é o plantel. É com essa carta na manga que a treinadora sueca Pia Sundhage pretende cumprir a meta de classificar o Brasil na fase de grupos da Olimpíada de Tóquio-2020 na partida desta terça-feira, às 8h30 (de Brasília), contra a Zâmbia, no Saitama Stadium e, assim, focar a preparação de olho nas etapas eliminatórias.

“É uma fórmula para a vitória conseguir usar as jogadoras do banco de reservas. Sempre que entram, elas estão mudando o jogo e fico muito feliz com isso”, afirmou a técnica.

Apesar de ter a mesma campanha da Holanda (uma vitória e um empate), o Brasil figura na segunda colocação por ter um saldo de gols inferior nas duas rodadas disputadas (5 a 7). Com quatro pontos, um simples empate é suficiente para as brasileiras chegarem às quartas de final.

Preocupada em manter a motivação de todas as jogadas em alta, Pia chegou a destacar as meninas que vêm fazendo a diferença. “A Angelina, a Ludmila, a Geyze foram exemplo disso na última vez. É um momento da competição em que podemos usar pernas frescas. Temos 22 boas jogadoras e o fato de que algumas ainda não jogaram vai permitir que elas entrem e façam um bom jogo”, completou.

Com oito gols marcados nos Jogos de Tóquio, a distribuição das artilheiras foi dividida em cinco peças. Marta lidera essa relação com três gols. Debinha vem logo atrás com duas bolas na rede enquanto Ludmila, Andressa Alves e Bia Zaneratto completam a lista. “É muito importante que todas estejam jogando. Isso significa que estar no banco é se preparar para entrar”.

Apesar da fragilidade defensiva das africanas (levaram 14 gols em duas partidas), uma jogadora em especial está sendo observada. Barbara Banda anotou seis dos sete gols que a sua seleção fez no torneio. Aos 21 anos, a jogadora é a primeira mulher a marcar dois hat-tricks consecutivos em Jogos Olímpicos. “Nossa defesa será um pouco diferente. Banda é uma ótima jogadora. Marcar tantos gols em dois jogos é fantástico. Então precisamos ajustar nossa defesa de uma forma especial”, comentou.

A última atividade antes da partida contra a Zâmbia foi aberta para a imprensa. Após o aquecimento, o plantel foi dividido em duas partes: enquanto um grupo trabalhou em espaço reduzido, o restante fez um trabalho leve com bola.

A zagueira Rafaelle, uma das líderes da equipe, destacou o trabalho psicológico que vem deixando o elenco mais tranquilo e confiante. “Estamos evoluindo bastante. Acho que isso é nítido para todo mundo. Mas também é fruto do trabalho da Pia à frente do grupo”, encerrou.