O procurador-geral da República, Paulo Gonet, denunciou a deputada federal Carla Zambelli (PL-SP) e o hacker Walter Delgatti Neto no âmbito da investigação sobre a invasão ao sistema do CNJ (Conselho Nacional de Justiça), que ocorreu entre agosto de 2022 e janeiro de 2023.

O órgão confirmou a informação à ISTOÉ, ressaltou que a denúncia foi encaminhada ao STF (Supremo Tribunal Federal)  e que ambos podem responder por invasão de sistemas informatizados e falsidade ideológica.

Ao portal, a defesa da deputada afirmou que ela recebeu com surpresa a denúncia oferecida pelo procurador-geral da República, “já que inexiste qualquer prova efetiva que ela tivesse de alguma forma colaborado, instigado e ou incentivado o mitômano Walter Delgati a praticar as ações que praticou”. Também ressaltou que a acusação do hacker contra a parlamentar e outras pessoas foi desmentida.

“A defesa irá exercer sua amplitude para demonstrar que ela não praticou as infrações penais pelas quais foi acusada”, completou.

A ISTOÉ procurou a defesa de Delgatti para comentar o caso, mas não houve resposta até o momento. O espaço permanece aberto.

Em fevereiro deste ano, a Polícia Federal concluiu a investigação sobre o caso e indiciou Carla Zambelli e Walter Delgatti pelos crimes de invasão de dispositivo informático e falsidade ideológica.

O relatório final da corporação afirmou que documentos apreendidos com a deputada federal correspondem, integral ou parcialmente, aos arquivos inseridos por Delgatti no sistema do CNJ. Um deles é o mandado de prisão falso contra o ministro do STF (Supremo Tribunal Federal) Alexandre de Moraes, e um recibo de bloqueio de R$ 22,9 milhões em bens do magistrado.

A Polícia Federal concluiu que o ataque foi planejado no intuito de colocar em dúvida a credibilidade do Poder Judiciário.