A PGR (Procuradoria-Geral da República) defendeu nesta terça-feira, 20, que o general Walter Braga Netto seja mantido em prisão preventiva por tentativa de obstruir a investigação sobre uma suposta tentativa de golpe de Estado para manter Jair Bolsonaro (PL) no poder após a derrota nas eleições de 2022 — em que o militar foi seu candidato a vice.
Braga Netto está preso desde 14 de dezembro, quando a Polícia Federal o acusou de atrapalhar a apuração, sobretudo, pelas tentativas de contato com o tenente-coronel Mauro Cid, delator da trama. O general é um dos 21 réus pelo plano de ruptura institucional e poderá ser condenado a até 43 anos de cadeia pelas acusações.
Para o procurador-geral da República, Paulo Gonet, mesmo na cadeia e com as denúncias aceitas pelo STF (Supremo Tribunal Federal), há risco de que o ex-ministro da Defesa atrapalhe a apuração dos crimes.
“O oferecimento de denúncia não afasta automaticamente o perigo de interferência indevida na instrução criminal, que sequer foi iniciada e cujo curso regular deve ser resguardado até a sua conclusão”, escreveu Gonet, em manifestação enviada ao ministro Alexandre de Moraes, relator do caso.
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Núcleo de Braga Netto
Conforme as investigações policiais, o general do Exército integra o “núcleo 1” da trama golpista, considerado central para o planejamento e articulação dos atos que gerariam a ruptura institucional, junto com outros sete réus. São eles:
— Jair Bolsonaro, ex-presidente da República;
— Augusto Heleno, general do Exército e ex-ministro do Gabinete de Segurança Institucional;
— Alexandre Ramagem, ex-diretor da Abin (Agência Brasileira de Inteligência);
— Anderson Torres, ex-ministro da Justiça e ex-secretário de segurança do Distrito Federal;
— Almir Garnier, ex-comandante da Marinha;
— Paulo Sérgio Nogueira, general do Exército e ex-ministro da Defesa;
— Mauro Cid, delator e ex-ajudante de ordens de Bolsonaro.