O sistema de espionagem da chamada “Abin paralela” atuou em pelo menos 21 episódios com o objetivo de desestabilizar as instituições e as autoridades dos Três Poderes por meio da produção de dossiês, o que contribuiu de maneira direta ou indireta para os eventos golpistas ocorridos em 8 de janeiro de 2023.

Na quinta-feira, 11, o ministro do STF (Supremo Tribunal Federal) Alexandre de Moraes retirou o sigilo de um relatório da Polícia Federal que investiga o monitoramento ilegal de autoridades públicas e a produção de notícias falsas. O esquema ficou conhecido como “Abin Paralela”. O documento aponta que em ao menos 21 episódios houve o objetivo de atacar as instituições e autoridades dos Três Poderes por meio de dossiês, algo que ajudou a alimentar, direta ou indiretamente, os atos golpistas do 8 de janeiro de 2023.

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Antes da divulgação do relatório, a corporação deflagrou outra fase da operação, na qual mirou pessoas que atuaram na Abin (Agência Brasileira de Inteligência) durante a gestão de Alexandre Ramagem, ex-diretor geral do órgão e atual deputado federal, que é pré-candidato à Prefeitura do Rio de Janeiro pelo partido PL, para produzir dossiês contra autoridades e disseminá-los para integrantes do chamado “gabinete do ódio”, lotado dentro do Palácio do Planalto.

O documento produzido pela PF afirmou que as ações clandestinas motivaram e causaram, de maneira direta ou indireta, os atos golpistas do 8 de janeiro, quando apoiadores do ex-presidente Jair Bolsonaro invadiram e depredaram as sedes do Palácio do Planalto, do STF e do Congresso Nacional.

De acordo com a corporação, os integrantes da “Abin Paralela” atuavam no intuito de obter vantagens para o núcleo-político por meio da produção de desinformação contra adversários e instituições. “O Relatório da Polícia Federal traz prova da materialidade e indícios suficientes dos graves delitos praticados”, completou.