A Polícia Federal prendeu na manhã desta quarta-feira, 2, Walter Delgatti Neto, conhecido como “Hacker da Vaza Jato”, durante a Operação 3FA. De acordo com a  GloboNews, além do hacker, a corporação cumpriu mandados de busca e apreensão em endereços ligados à deputada federal Carla Zambelli (PL-SP).

Resumo:

  • A Polícia Federal cumpriu mandados de buscas e apreensão no Distrito Federal e em São Paulo;
  • A Operação 3FA tem como objetivo esclarecer a invasão aos sistemas do CNJ;
  • Um dos documentos forjados incluía a prisão do ministro Alexandre de Moras.

Ao todo, a Polícia Federal cumpriu seis mandados: três de buscas e apreensão no Distrito Federal, dois em São Paulo e um mandado de prisão preventiva.

A ação deflagrada pela PF tem como objetivo esclarecer a invasão aos sistemas do CNJ (Conselho Nacional de Justiça) para inserir alvarás de soltura e falsos mandados de prisão no BNMP (Banco Nacional de Monitoramento de Prisões).

Os documentos forjados nesses sistemas incluíam um mandado falso de prisão contra o ministro do STF (Supremo Tribunal Federal) Alexandre de Moraes. No ofício, havia a frase “faz o L”, em referência ao slogan da campanha eleitoral de Luiz Inácio Lula da Silva (PT).

A Polícia Federal explicou que, no início, as investigações tramitavam na Justiça Federal, “mas teve declínio de competência para o Supremo Tribunal Federal em razão do surgimento de indícios de possível envolvimento de pessoa com prerrogativa de foro”.

O ministro da Justiça, Flávio Dino, comentou sobre a operação por meio do Twitter. “Em prosseguimento às ações em defesa da Constituição e da ordem jurídica, a Polícia Federal está cumprindo mandados judiciais relativos a invasões ou tentativas de invasões de sistemas informatizados do Poder Judiciário da União, no contexto dos ataques às instituições”, escreveu.

Prisões do hacker

O hacker Walter Delgatti foi detido pela primeira vez em 2019 durante a Operação Spoofing, que tinha como objetivo desarticular uma organização criminosa que praticava crimes cibernéticos.

Depois, ele obteve o direito de aguardar o julgamento em liberdade.

No mês de agosto de 2022, Walter teria se encontrado com a campanha de Jair Bolsonaro (PL), então candidato à reeleição, para falar sobre a segurança das urnas eletrônicas.

Em junho deste ano, ele foi detido novamente por descumprimento de medidas cautelares.