O presidente da JBS, Wesley Batista, foi preso pela Polícia Federal (PF) na segunda fase da Operação Tendão de Aquiles, nesta quarta-feira, por suposto uso de informação privilegiada na bolsa de valores aproveitando-se do caos político causado pela delação premiada envolvendo o presidente Michel Temer.

A prisão de Wesley acontece três dias após da prisão temporária de seu irmão Joesley, junto com o executivo Ricardo Saud.

Wesley Batista é suspeito de ter negociado ações da JBS entre 24 de abril e 17 de maio, quando foi revelado que seu irmão e ele haviam alcançado um acordo de delação premiada, que provocou uma queda violenta dos títulos da empresa, a maior processadora de carne do mundo, e fragilizou o real frente ao dólar.

A defesa dos irmãos Batista considerou em uma nota que a prisão dos dois é “injusta, absurda e lamentável”.

Os Batista admitiram ter pagado milhões de dólares em propinas a pelo menos 1.900 políticos.

A delação envolveu Temer, pois Joesley gravou secretamente o presidente, que parece dar seu aval para a compra do silêncio do ex-deputado todo-poderoso Eduardo Cunha.

Essa gravação e os testemunhos dos Batista fundamentaram uma denúncia do Procurador-Geral Rodrigo Janot contra Temer por corrupção passiva.

Em troca da delação, os irmãos evitaram ir para a prisão, acordo que causou indignação no país e foi suspenso no domingo passado, ao ser revelado que Joesley Batista ocultou informações dos investigadores.