Em Curitiba, a Polícia Federal (PF) cumpriu na manhã de hoje (3) um mandado de prisão preventiva e dois de busca e apreensão em uma nova etapa da Operação Poyais. O mandado de prisão foi expedido contra Francisley Valdevino da Silva, conhecido como Sheik dos Bitcoins. Ele é acusado de crimes financeiros no mês passado que descumpriu medidas cautelares. A Operação Poyais, deflagrada em outubro, apura a prática de crimes contra a economia popular e o sistema financeiro nacional, fraudes com criptoativos no Brasil e no exterior, estelionato, lavagem de capitais e organização criminosa.
Uma das vítimas de Francisley foi Sasha Meneghel, filha de Xuxa, que conheceu o negócio de Francis por frequentar um templo evangélico. Empolgados, ela e o marido, o cantor João Figueiredo, fizeram aportes que totalizaram R$ 1,2 milhão. Em abril deste ano, após o calote, ambos processaram o empresário na Justiça de Curitiba.
Dentre as restrições impostas ao investigado, ele não poderia continuar a administrar suas empresas nem praticar atos de gestão no interesse de seu grupo econômico. “A partir de diligências policiais, foi possível identificar que o investigado, dias após a deflagração da operação policial, passou a realizar encontros frequentes, em sua residência nesta capital, com funcionários de suas empresas. Uma das empregadas é a gerente financeira de seu grupo, ao passo que outro empregado identificado é o responsável pelo designer gráfico das plataformas virtuais criadas pelo investigado para prática das fraudes”, detalhou a PF em nota.
Plataformas virtuais
A Operação constatou que o grupo criminoso confeccionava e comercializava plataformas e sistemas virtuais para terceiros interessados na prática de crimes semelhantes.
Em março, outra operação da PF – a Bad Bots –, resultou na condenação de duas pessoas responsáveis por crimes contra o sistema financeiro a partir de fraude envolvendo a comercialização de criptomoedas. Com o avanço das investigações, comprovou-se que o sistema virtual usado para essas fraudes foi criado e mantido pela organização criminosa que ora é investigada.
Também ficou demonstrado pelas investigações que os encontros com funcionário da área de criação de plataformas virtuais se destinavam a criar e manter outros sistemas virtuais ativos, comercializados pela organização criminosa com terceiros, possivelmente usados para promoção de práticas criminosas semelhantes.
“Por conta disso, considerando a atualidade e periculosidade das ações do investigado, o qual, mesmo solto, continuou a criar e gerir plataformas virtuais usadas para promoção de esquemas de pirâmides financeiras, a prisão preventiva foi decretada pela Justiça Federal também para garantia da ordem pública e econômica, buscando-se, assim, o fim da atividade delitiva”.
As investigações continuam com objetivo de interromper as atividades criminosas e também para a elucidação da participação de todos os investigados nos crimes sob apuração. A Polícia Federal também trabalha no rastreamento patrimonial dos criminosos para viabilizar, ainda que parcialmente, a reparação dos danos gerados às vítimas.