A Polícia Federal de Maringá, no Paraná, deflagrou nesta quinta-feira, 30, a operação Miguelito para desarticular uma organização criminosa que explodiu cerca de 20 agências bancárias em São Paulo e no norte do Paraná. A investigação durou cerca de 18 meses e mapeou dois grupos responsáveis por ataques a bancos nas cidades de Marialva, Mandaguaçu, Terra Rica (duas vezes), Porecatu, Itambé e Barbosa Ferraz, no Paraná e Iepê, Pedrinhas Paulista e Cruzália, em São Paulo.

“Esse pessoal era ligado a roubos, latrocínios e acabaram se armando e partiram para explosão a banco. Alguns com extensa ficha corrida, mas tínhamos dentistas e dois ex-jogadores profissionais de futebol”, disse ao Estado o delegado federal Alexander Noronha Dias.

Participaram da operação 100 policiais federais que cumpriram 35 mandados judiciais, sendo 10 mandados de prisão preventiva, 5 mandados de prisão temporária, 2 mandados de condução coercitiva e 18 mandados de busca e apreensão. da operação é uma referência aos instrumentos compostos de pregos retorcidos e espalhados pelas quadrilhas nas vias de fuga das ações para dificultar perseguições policiais.

Segundo a PF, o grupo criminoso utilizava armar de grosso calibre e realização vários disparos durante os ataques para a aterrorizar a população das pequenas cidades. Os criminosos também atacavam os destacamento policiais das cidades para intimidar a repressão ao crime e, em alguns casos, se valiam de reféns como escudos humanos durante os confrontos.

Tanto na ações em cidades do Paraná como nas de São Paulo, segundo a PF, o grupo se valia do Rio Paranapanema como rota de fuga. Em um dos roubos, a PF interceptou parte do grupo nas águas do Paranapanema. Após troca de tiros, seis assaltantes foram mortos. Os federais apreenderam fuzis, pistolas, coletes balísticos, explosivos e valores subtraídos das agências atacadas.